quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Partidos apostam em candidatos “escadinha” para eleger seus preferidos

 

Com a proibição das coligações, foi criada a figura do candidato que tem o objetivo de somar poucos votos, para favorecer preferidos

CELSO BEJARANO


A primeira eleição para deputado federal e estadual com a proibição de coligações entre partidos fez com que os partidos mudassem as estratégias neste ano. 


Pela primeira vez, sem poder agrupar vários partidos em um único grupo para somar votos na eleição proporcional, as legendas apostam em candidatos “escadinha”, que têm um único objetivo: fazer uma quantidade de votos suficiente para eleger os preferidos de cada agremiação partidária.


Cada partido que disputa as eleições em Mato Grosso do Sul já escolheu os seus preferidos, e eles aparecem de várias formas, seja pela distribuição dos recursos do Fundo Eleitoral, seja pelo direcionamento da estratégia dos caciques ou do poder financeiros deles próprios.


Na prática, o fenômeno que deve ocorrer nestas eleições é o eleitor votar em um candidato que tenha uma votação inexpressiva e, assim, ajude a eleger outro candidato, que em muitas vezes, pode ter uma plataforma distinta do escolhido pelo eleitor.


PSDB

O Correio do Estado sondou os líderes dos principais partidos de Mato Grosso do Sul e tentou traçar um perfil do direcionamento das campanhas de cada legenda. 


No PSDB, por exemplo, partido com chances de fazer a maior bancada para a Câmara dos Deputados, as apostas são em Beto Pereira, Geraldo Resende, Professor Juary e Dagoberto Nogueira, nesta ordem. 


“É como se qualquer voto em outro candidato deste time fosse um voto no terceiro ou quarto colocado, como o Juary ou Dagoberto”, explicou um candidato, que por questões de represálias internas pediu para manter o nome em sigilo.


Outros nomes, como as candidatas Keliana, Coronel Neidy e Dr. Cassiano, correm por fora na tentativa de conquistar uma base eleitoral para o partido.


O mesmo ocorre no MDB, partido que tenta voltar à Câmara dos Deputados. Se inicialmente o partido tinha como pretensão reconduzir o ex-deputado federal e ex-senador Waldemir Moka à Câmara, agora tem um outro concorrente, o empresário Carlos Bernardo, que é proprietário de uma universidade em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.


MDB

A ameaça à candidatura de Bernardo e a desistência do vereador Dr. Jamal da Cândidatura à federal, porém, ameaçam as chances de o MDB voltar a ter representante de Mato Grosso do Sul na Câmara. 


Outros candidatos, como Dr. Antônio Cruz, Coronel Katia, Laudir Munaretto, Lurdes Monteiro, entre outros, servem para somar votos suficientes para garantir as chances de Moka e Bernardo.  


PT e PL

Nos dois partidos que têm candidatos fortes à Presidência da República, o PL, do atual presidente Jair Bolsonaro, e o PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do time de candidatos lançado em cada agremiação, o voto na legenda também é uma esperança para que ambos os partidos façam mais de um deputado federal.


No PT, as preferências são para reeleger Vander Loubet. Há candidatos que têm despontado fortemente nas redes sociais, como a vereadora em Campo Grande Camila Jara. 


Outros candidatos, como o vereador por Dourados, Elias Ishy, o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Jaime Teixeira (Fetems), Jaime Teixeira, Grazi Soares, entre outros, atuam no partido para conseguir mais de 200 mil votos e passar a disputar duas vagas na Câmara.


No PL de Jair Bolsonaro o cálculo é parecido. A expectativa na legenda é de que pelo menos 25 mil eleitores votem na legenda no dia 2 de outubro. 


Entre os candidatos com mais perspectivas de vitória dentro do partido, estão Loester Trutis, que tenta a reeleição com uma estratégia um pouco diferente da eleição passada: desta vez, ele tem focado mais em divulgar seu trabalho como parlamentar e apontar a fidelidade a Jair Bolsonaro, deixando de lado polêmicas de quatro anos atrás nas redes sociais.


O PL ainda tem Rodolfo Nogueira, presidente do partido no Estado e atual suplente da Soraya Thronicke, herança que tem das eleições de 2018, quando foram eleitos na onda bolsonarista. Rodolfo também é uma das preferências e pode ter como “escadinha” Marcos Pollon, candidato do lobby armamentista.


O partido ainda traz nomes como Luana Ruiz, René Venâncio e Sargento Betânia, na tentativa de fazer uma quantia de votos suficiente para eleger dois deputados federais.  


PP

O PP, que pretende puxar votos com Tereza Cristina na majoritária, candidata ao Senado, pretende fazer um deputado federal. Há três candidatos disputando essa vaga: Dr. Luiz Ovando, que disputa a reeleição, o ex-presidente da Sanesul, Valter Carneiro, e a médica Sirlei Ratier, que vem dos movimentos de rua e tem demonstrado ter a preferência dos grupos ligados à candidata ao Senado.


Para ajudar a puxar votos, na função de escadinha, estão João Resende, Lu Azambuja, Marcio Araguaia, entre outros.  


Outros partidos

Há ainda os partidos que entram com a pretensão de garantir pelo menos uma vaga na Câmara, mas que também correm o risco de ficarem pelo caminho. Neste grupo está o PSD, que tenta reeleger Fábio Trad, o PTB, que busca levar Delcídio do Amaral de volta à Brasília, e o União Brasil, que tenta ter um representante no Congresso por Mato Grosso do Sul.


No PSD, há nomes que podem ajudar Fábio Trad a atingir o coeficiente, como Júnior Coringa, Leo Matos, Marluce Bueno, entre outros.


No União Brasil, as pesquisas ainda não definem um favorito. O partido, sim, prefere o ex-secretário de Infraestrutura de Mato Grosso do Sul Marcelo Miglioli. Mas disputa com nomes fortes, como Sindoley Morais, Coronel Villasanti e Zé da Viola.


Já o PTB trabalha para eleger Delcídio. Para fazer os degraus da escada para a eleição do ex-senador à Câmara dos Deputados, estão: Renata Lacerda, Adriana Melo, David Mendes, Dr. Erney Barbosa, James, entre outros.


No Podemos, há uma disputa franca entre Dione Hashioka, Flávio Cabo Almi, Delegada Sidnéia e Dr. Guto. Outros nomes, como Vinícius Siqueira, Telma Minari, entre outros, podem servir como escada para esses primeiros, para o partido disputar o coeficiente com os demais.


Psol, PSB e PDT têm poucas perspectivas de eleição de deputados federais neste ano.


 

161 candidatos

Para as eleições deste ano, 161 pessoas se candidataram a deputado federal em MS


Com informação do Portal Correio do Estado

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