Gerson Oliveira/ Correio do Estado
Essa é a pior marca do Estado desde que a tipologia desse crime foi criada, em 2015
LEO RIBEIRO
Ariane Oliveira Canteiro (13) foi encontrada, após nove dias desaparecida - depois de ser morta nos arredores da aldeia Jaguapiru - e, somada sua morte à de Cleonice Mira Freire da Silva (52), que morreu pelas mãos do ex-marido - Mauro Lúcio de Souza (50) -, Mato Grosso do Sul chega à marca de 30 feminicídios em 2022.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública confirmam essa marca, que é pior desde 2015, quando as mortes de mulheres por companheiros, ou no ambiente familiar, passaram a ser consideradas feminicídio.
Ariane Oliveira Canteiro era neta do cacique da Jaguapiru, território indígena localizado em Dourados, e havia desaparecido há 10 dias, ainda em 02 de setembro.
Ela foi vítima de um adolescente de 17 anos, caracterizado pelo delegado Dermeval Neto, delegado da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados., segundo apurações do Dourados News.
Conforme a mídia local, o adolescente há tempos demonstrava uma obsessão pela jovem. Ele foi apreendido em flagrante ainda no domingo (11), pelo ato infracional análogo ao crime de ocultação de cadáver.
Vale ressaltar que, além desse primeiro ato infracional, o garoto deverá responder por infração análoga a crime tipificado como feminicídio.
Ainda, sobre um possível crime de estupro, através de exame de corpo de delito não foi possível apontar a prática de violência sexual, principalmente em decorrência da situação do cadáver, em estado avançado de putrefação, conforme o delegado ao noticiário local.
Outro caso
Ainda neste domingo (11), durante o período da noite, no distrito de Novo Itamarati, região de Ponta Porã, Mauro Lúcio matou a esposa, Cleonice Mira Freire da Silva (52).
Depois do crime motivado por bebedeira, conforme a imprensa local, Mauro ainda ateou fogo na casa em que moravam, tirando em seguida a própria vida.
Investigações apontam que Mauro tenha usado uma faca para cometer o crime contra a companheira, largando seu corpo na cozinha antes de tentar incendiar a casa, queimando apenas alguns imóveis.
Canais de denúncia
Em caso de suspeita ou violação dos direitos da mulher, a orientação é procurar uma delegacia de polícia especializada mais próxima ou ligar para 180, 190 ou 193.
O MMFDH possui a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, que presta escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência.
O serviço registra e encaminha as denúncias aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios.
Por meio da Central de Atendimento também é possível obter informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros.
A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana.
São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher. (Colaborou Glaucea Vaccari).
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