sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Governo eleva projeção de alta do PIB e vê inflação mais contida

 

Por

Fernando Jasper

Gazeta do Povo


O governo federal elevou sua projeção para o crescimento econômico e rebaixou a estimativa para a inflação em 2022. Os novos números foram divulgados nesta quinta-feira (15) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.


A expectativa para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2% para 2,7%. Para a inflação, o governo agora espera um IPCA de 6,3% neste ano, ante 7,2% no cálculo anterior.


As estimativas para o próximo ano, porém, não mudaram: o time do ministro Paulo Guedes continua esperando alta de 2,5% no PIB e inflação de 4,5%.


As revisões nos números de 2022 vão na mesma direção das feitas pelo mercado financeiro, que há 11 semanas seguidas eleva as projeções para o PIB (a mediana agora é de 2,39%) e reduz as da inflação (atualmente em 6,4%), conforme o boletim Focus, do Banco Central.



Segundo o Boletim Macrofiscal da SPE, a melhora na expectativa para a atividade econômica se deve ao crescimento de 1,2% do PIB no segundo trimestre, mais forte que o esperado, "e à tendência positiva dos indicadores já divulgados para o terceiro trimestre".


O documento observa que os dados de indústria, serviços e safra estão em expansão neste trimestre. "Apenas o comércio varejista tem mostrado recuo no começo do 3T22, com retração em julho/2022, ante o trimestre anterior, no varejo restrito (-0,8%) e no varejo ampliado (-0,7%), que inclui vendas de veículos e de materiais de construção", diz o texto.


Também divulgado nesta quinta, um indicador elaborado pelo Banco Central registrou crescimento de 1,17% na atividade econômica em julho, na comparação com junho. O número superou as apostas mais otimistas e foi o maior desde março.


Equipe econômica destaca expansão do mercado de trabalho, investimentos e setor de serviços

O resultado do PIB, segundo o boletim da SPE, ocorre diante da melhora do mercado de trabalho, da ampliação do investimento e do crescimento do setor de serviços. Em 12 meses, conforme a equipe econômica, foram criados 8 milhões de postos de trabalho e a taxa de desemprego recuou 4,6 pontos porcentuais. A taxa de investimento, medida pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceu 4,8% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. E a expansão anual dos serviços é de quase 4,5%.



A inflação, enquanto isso, vem caindo ao sabor de cortes de impostos e da queda no preço do petróleo, que derrubaram os preços dos combustíveis nas bombas.


Na quarta-feira (14), Guedes voltou a criticar as projeções feitas por economistas nos primeiros meses do ano, que apontavam estagnação do PIB, e disse que a economia brasileira pode crescer até 3% neste ano.


"Estamos causando uma mudança de estrutura na economia. Então os modelos tradicionais não conseguem capturar a velocidade da mudança. Esse é o erro bem intencionado. Agora tem o erro da narrativa política, que também atrapalhou muito o governo durante todo esse tempo. Que é erro intencional", disse Guedes.

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