Foto: Guilherme Weimann/SIndipetro-SP..
Bittar teve relevância histórica pela luta sindical enquanto presidente do Sindicato dos Petroleiros de Campinas e Paulínia
FOLHAPRESS
Ex-prefeito de Campinas e um dos fundadores do PT, Jacó Bittar, 81, morreu na madrugada desta quinta-feira (26), em sua casa. Ele tinha a doença de Parkinson.
Amigo do ex-presidente Lula, Bittar teve relevância histórica no partido, não só por ter sido um dos fundadores e primeiro prefeito eleito pelo PT para administrar Campinas, maior cidade do interior de São Paulo, mas pela luta sindical enquanto presidente do Sindicato dos Petroleiros de Campinas e Paulínia.
Depois de ter liderado uma greve da categoria em 1983 e ter atuado na fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Bittar foi eleito em 1988 para governar Campinas entre 1989 e 1992. Atualmente ele estava filiado ao PSB.
Por meio de nota, o PT lamentou a morte de Bittar, a quem classificou como "amigo leal e companheiro de Lula", que o visitou recentemente em Campinas. Também segundo o partido, suas atuações nacional e internacional o colocaram no livro da história do movimento sindical no país.
"Jacó Bittar liderou com Lula e Olivio Dutra uma geração de jovens dirigentes sindicais que resistiram à ditadura militar e escreveram páginas decisivas na história da democracia brasileira", diz nota do partido.
Em nota, o ex-presidente Lula afirmou que Bittar foi "um dos grandes amigos que tive na minha vida". "Foram anos e anos de luta juntos por um país melhor e mais justo, e de uma convivência querida e carinhosa, uma grande amizade entre nossas famílias e filhos", disse o petista.
Ele relembrou ainda que esteve com Bittar em maio deste ano, em agenda em Campinas. "Emocionei-me em ver meu amigo sem saber que seria pela última vez", escreveu.
Em entrevista à Folha em 2019, o ex-presidente Lula disse que Bittar era seu amigo de 40 anos, ao se referir ao imbróglio envolvendo a questão do sítio de Atibaia, registrado em nome de Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas.
Dário Saadi (Republicanos), atual prefeito de Campinas, decretou luto oficial de três dias pela morte de Bittar, a quem classificou como um dos "principais personagens da política" campineira.
"Um dos mais destacados sindicalistas do país, Jacó foi marcante em várias conquistas para a classe sindicalista de Campinas e região. Também foi importante na fundação do Partido dos Trabalhadores. Na época em que foi prefeito, de 1989 a 1993, acabara de me formar em medicina e fazia residência em urologia no Hospital Mário Gatti e na Casa de Saúde", disse.
Petistas como o ex-senador Eduardo Suplicy, o ex-governador da Bahia Jaques Wagner e a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, também lamentaram a morte de Bittar em publicações em redes sociais.
Presidente do diretório municipal do PSB, o vice-prefeito de Campinas, Wanderley de Almeida, disse que Bittar foi personagem ativo nas lutas e transformações sociais do país e que conduziu o partido nas esferas municipal, estadual e nacional. "O legado de Jacó Bittar é imortal", afirmou.
O corpo de Bittar será velado a partir das 12h, no Cemitério da Saudade de Campinas, e o enterro foi programado para as 16h30.
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