quarta-feira, 11 de maio de 2022

Bancada tucana dá aval a Bruno Araújo na negociação com MDB por terceira via

 


Estadão

BRASÍLIA E SÃO PAULO 

Iander Porcella e Pedro Venceslau 

A bancada do PSDB no Congresso deu aval nesta terça-feira, 10, ao presidente do partido, Bruno Araújo, para “avançar nas conversas” com o MDB e Cidadania e defendeu o lançamento de uma candidatura única ao Planalto. O movimento ocorreu após reunião dos parlamentares da sigla, em Brasília, na semana passada, com o ex-governador João Doria, pré-candidato tucano à Presidência.


O gesto, porém, foi recebido com cautela pelo grupo de Doria. Araújo foi dispensado pelo ex-governador do cargo de coordenador da pré-campanha no mês passado após uma série de divergências e atritos com os tucanos paulistas. A candidatura do ex-governador enfrenta resistência dentro da sigla apesar de a maioria dos filiados tê-lo escolhido como pré-candidato em prévias disputadas em novembro.



“A bancada de deputados federais e senadores do PSDB decidiu, na manhã desta terça-feira, legitimar o presidente nacional do nosso partido, Bruno Araújo, a avançar nas conversas com o MDB e o Cidadania buscando uma candidatura única, posto que, na atual conjuntura, eventuais candidaturas isoladas destes partidos tendem a perder força no cenário nacional”, diz nota assinada pelo líder do partido na Câmara, Adolfo Viana (BA), e pelo líder no Senado, Izalci Lucas (DF).


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Em uma estratégia para diluir o poder do presidente do partido na mesa da terceira via, o grupo de Doria havia incluído os próprios pré-candidatos – além dos dirigentes das siglas – nas negociações. A data de 18 de maio foi o prazo estabelecido pelo colegiado dos partidos para o anúncio do nome que representaria o grupo nas urnas.


“Acho natural o presidente do partido conduzir o PSDB para garantir no conjunto das alianças o que foi decidido na instância máxima, que são as prévias. O que foi decidido nas prévias deve ser cumprido. O resultado não pode ser mudado”, disse César Gontijo, tesoureiro nacional do PSDB.


Principal aliado de Doria na executiva da legenda, Gontijo disse que não há como escolher um nome no dia 18 de maio. “Não tem como anunciar um candidato se ainda não definiram nem qual será o critério”, afirmou.


Divergências

Na semana passada, o União Brasil, partido formado com a fusão entre DEM e PSL, abandonou a terceira via. A decisão enfraqueceu o grupo, já que é o partido com a maior fatia do fundo eleitoral. A legenda decidiu apostar na candidatura solo de seu presidente nacional, o deputado Luciano Bivar (PE).


Corrida eleitoral


No MDB, o nome da senadora Simone Tebet (MS) é defendido pelo presidente do partido, Baleia Rossi, e por figuras simbólicas como o ex-presidente Michel Temer, mas enfrenta a resistência de caciques da legenda, principalmente no Nordeste, como o senador Renan Calheiros (AL) e o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (CE).


O Cidadania, por sua vez, decidiu formar uma federação partidária com o PSDB. A federação cria uma “fusão temporária” entre as legendas que precisa durar pelo menos quatro anos, desde as eleições até o final do mandato seguinte, o que pressupõe candidatura única a cargos majoritários como o de presidente e o de governador.

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