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Após 16 anos, está oficialmente encerrada a era Angela Merkel na Alemanha.
Vencedor das eleições de setembro passado, o social-democrata Olaf Scholz, 63, foi eleito como novo chanceler federal pelo Parlamento nesta quarta-feira (8) e vai governar o país pelos próximos quatro anos, caso consiga manter de pé uma coalizão de três partidos.
Scholz precisava de 369 votos no Parlamento, mas recebeu 395, um pouco a menos do que os 416 disponíveis na aliança formada pelo Partido Social-Democrata (SPD), pelo Partido Democrático Liberal (FDP) e pela legenda ambientalista Os Verdes.
Em seguida, Scholz foi empossado como chanceler pelo presidente Frank-Walter Steinmeier, no Palácio de Bellevue, em Berlim. Ele é o quarto chefe de governo do SPD desde a queda do nazismo, após Willy Brandt (1969-1974), Helmut Schmidt (1974-1982) e Gerhard Schroeder (1998-2005).
Já a União Democrata-Cristã (CDU), partido conservador de Merkel, volta para a oposição depois de 16 anos no poder. Assim como sua antecessora, Scholz é visto como pragmático e pouco carismático, mas também como um cumpridor de metas capaz de lidar com temas espinhosos.
De perfil discreto, ele viu sua popularidade crescer durante a pandemia, quando, na função de ministro das Finanças, instituiu subsídios estatais substanciais para proteger a economia nacional.
Scholz também é um dos autores do fundo de recuperação da União Europeia, instrumento inédito que vai distribuir 750 bilhões de euros entre os Estados-membros para garantir a retomada econômica do bloco.
O acordo da coalizão “semáforo” prevê um aumento do salário mínimo de 9,60 para 12 euros por hora, a legalização da maconha para adultos e que 80% da energia da Alemanha seja produzida por fontes renováveis até 2030.
Além disso, Scholz prometeu distribuir 1 bilhão de euros em bônus para trabalhadores da saúde na linha de frente contra a pandemia.
O novo governo toma posse em um momento de explosão dos novos casos de Covid-19 no país, que vem batendo seguidos recordes de contágios diários, enquanto as mortes voltaram ao patamar do fim de fevereiro.
Scholz defende a vacinação obrigatória contra a Covid, e o Parlamento deve começar a discutir o tema nos próximos dias.
Atualmente, pessoas que não tenham se imunizado ou não estejam recém-curadas da doença não podem frequentar locais de lazer e o comércio não essencial.
Felicitações – Após a eleição de Scholz pelo Bundestag, o presidente da China, Xi Jinping, enviou uma mensagem de congratulações para o novo chanceler.
No texto, o mandatário destaca a “grande importância das relações” entre os dois países e se diz disposto a “trabalhar para levar os laços bilaterais a um novo nível”.
Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desejou um “bom início” de mandato e afirmou aguardar “com impaciência para continuar uma colaboração confiável para uma Europa forte”. (ANSA).
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