Por: AGROLINK -Eliza Maliszewski
A Raízen, líder mundial em açúcar e etanol de cana-de-açúcar e uma joint venture da Cosan, anunciou que assinou um acordo para integrar os ativos da Biosev, subsidiária brasileira da Louis Dreyfus Holding, no Brasil. A transação envolverá pagamento de R$ 3,6 bilhões e ações.
O negócio envolve nove unidades produtoras estrategicamente localizadas (seis no Estado de São Paulo, duas no Mato Grosso do Sul e uma em Minas Gerais), representando uma capacidade instalada de moagem de até 32 milhões de toneladas de cana. Com isso a Raízen passa a contar com um total de 35 unidades produtoras, cerca de 1,3 milhão de hectares de área cultivada, totalizando uma capacidade instalada de 105 milhões de toneladas de cana. A operação inclui também cogeração de energia, com capacidade de exportação de até 1.3 GWh de energia elétrica/ano, e uma área de 280 mil hectares de cana plantada.
Pelo acordo a Cosan e a Shell deverão ficar no futuro com fatias de 48,25% da Raízen, enquanto os acionistas da Biosev, com os 3,5% restantes. Com o negócio, a Louis Dreyfus tem a chance de equacionar uma dívida de cerca de R$ 7 bilhões de reais.
Uma vez concluída a transação, a Biosev vai se tornar uma subsidiária da Raízen e os atuais acionistas da empresa adquirida migrarão para uma holding que receberá uma participação minoritária na companhia sem direito a voto.
Em um primeiro momento, a nova holding que abrigará os acionistas da Biosev, chamada Hédera, terá uma fatia de 4,99% na empresa. Após seis meses contados do sexto, sétimo, oitavo e nono aniversários da data de fechamento do acordo, a Raízen terá uma opção de compra para adquirir as ações preferenciais pelo seu valor de mercado.
Após seis meses contados do nono aniversário da data de fechamento (e após o prazo para o exercício da opção de compra pela companhia no mesmo período), a Hédera terá uma opção de vender sua participação à Raízen, com um desconto de 20% sobre o seu valor de mercado.
A combinação com os ativos da Biosev está em linha com o propósito da companhia de liderar a transição energética, convergindo com a agenda global que se intensifica na direção de uma economia de baixo carbono. "Mais do que ampliar a produção de etanol, açúcar e bioenergia, esta é uma oportunidade de potencializar os negócios usando tecnologia para alavancar a produtividade e o aproveitamento da cana nas biorrefinarias, com possibilidade de expansão do nosso etanol de segunda geração e biogás", contextualiza Ricardo Mussa, CEO da Raízen.
Para a concretização algumas condições precedentes deverão ser atendidas e o acordo deverá ser aprovado pelo CADE, ao qual já foi submetido para avaliação.
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