Assessoria/Cedida
Clodoaldo Silva
Após perder a disputa para presidente do Senado e a presidência da Comissão mais importante da Casa, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) vai retornar à planície para defender pautas que considera importantes e buscar maior independência em suas votações. Porém, sem os holofotes da Comissão de Constituição e Justiça, a sua candidatura em 2022 pode ficar “enfraquecida”.
É que ela terá de ter fôlego para disputar uma possível reeleição ou outros cargos com Reinaldo Azambuja (PSDB), governador do Estado, Tereza Cristina (DEM), ministra da Agricultura, e Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde. São nomes fortes que também ainda não definiram o que vão disputar.
Além disso, a retirada do apoio à sua candidatura pelo MDB, depois de o partido a escolher para disputar a presidência do Senado, fez a senadora pensar em mudar de legenda. Essa é a segunda vez que foi preterida pelo MDB. Ela já até foi procurada por Podemos e Cidadania.
A decisão de mudar ou não de partido é importante porque vai definir seu futuro político, já que seu mandato se encerra no próximo ano. Esse vai ser um dos assuntos da reunião com o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), derrotado na disputa pela presidência da Câmara, nos próximos dias.
“Para manter a cabeça erguida, ela deve seguir o trabalho. Mas acho que tem uma dívida com o eleitorado, que aprendeu a respeitá-la pela postura ética e pelas boas causas. E essa dívida será paga com ela saindo do MDB imediatamente”, defendeu o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), em entrevista ao site UOL.
Na avaliação da senadora, a derrota na disputa pela presidência não a deixará isolada no Congresso, uma vez que “o resultado demonstrou que tenho um grupo significativo de senadores que comungam comigo destes mesmos princípios. Além disso, tantos outros, por questões regionais ou partidárias, não puderam votar em mim, mas tenho a certeza de que estarão ao nosso lado nos debates importantes para o País”, enfatizando que “a vice-presidência do Senado chegou a ser oferecida a mim, em uma composição com a chapa do senador Rodrigo Pacheco. Mas eu preferi manter a minha coerência política e os meus princípios e seguir com a candidatura independente”.
Ela recebeu 21 votos na eleição no Senado, contra 57 votos do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que foi eleito presidente da Casa, mesmo sendo abandonada dias antes pela sua legenda, o MDB, fazendo sua candidatura, na reta final da disputa, tornar-se independente.
A senadora avalia que, embora parte dos emedebistas do Senado tenha optado por votar em seu adversário, esta decisão não vai enfraquecê-la na Casa, já que o partido deve indicá-la para as comissões.
“Com certeza serei titular na CCJ. Sem a atribuição de presidir, poderei ter participação ativa nos mais diversos debates. Ainda estamos conversando com o líder em relação a outras comissões”, enfatizou.
Mesmo estando nas comissões, o presidente do Senado não deve facilitar para que ela seja relatora de projetos importantes, como a reforma tributária ou a reforma administrativa, que obrigatoriamente passam pela CCJ e dão grande visibilidade.
“Neste momento prefiro ficar na ‘planície’. Assim terei mais oportunidades para expor minhas opiniões e ser uma voz ativa no Congresso, criticando, quando necessário, ou apoiando o encaminhamento das pautas, quando houver concordância”, afirmou Tebet.
Com informação do Portal Correio do Estado
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