sábado, 20 de fevereiro de 2021

Apenas dois deputados do Estado votaram pela soltura de Daniel Silveira

 

Rafaela Moreira


Seis dos oitos deputados de Mato Grosso do Sul votaram pela manutenção da prisão em flagrante e sem direito à fiança do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), por ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). 


A Câmara dos Deputados decidiu manter na prisão do deputado, com 364 votos a favor da prisão, 130 contra e 3 abstenções. 


Entre os deputados do Estado, Beto Pereira (PSDB), Bia Cavassa (PSDB), Dagoberto Nogueira (PDT), Fábio Trad (PSD), Vander Loubet (PT) e Rose Modesto (PSDB), votaram para manter a prisão de Silveira. 


O deputado Fábio Trad justificou seu voto em uma rede social. “Não é entre esquerda e direita, mas entre Democracia e barbárie. A liberdade de expressão não se confunde com a licenciosidade verbal criminosa que prega a supressão da democracia, mãe de todas as liberdades, inclusive da liberdade de expressão”.



Um dos principais defensores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara, Silveira foi preso em flagrante na noite de terça-feira (16) no Rio de Janeiro pela Polícia Federal após divulgar um vídeo no qual fez apologia ao AI-5, instrumento de repressão mais duro da ditadura militar, e defendeu a destituição de ministros do STF, reivindicações inconstitucionais.


Beto Pereira também defendeu que Silveira deveria continuar preso. “A decisão do STF em pedir a prisão do deputado Daniel Silveira foi compatível com o desrespeito do parlamentar com a instituição. Não podemos confundir prerrogativas parlamentares com ações que atentam contra a democracia”, destacou Pereira. 


Apenas dois deputados votaram contra a prisão, sendo Loester Trutis (PSL) e Dr. Luiz Ovando (PSL). 


Mesmo votando contra a prisão do deputado, Trutis não concorda com as ações do acusado. “Daniel Silveira é um canalha, mas ninguém pode ser preso apenas por isso. Isso faz dele um canalha, mas um canalha livre, num país democrático [..] Por isso hoje vou votar para que ele seja solto. Não pelo Daniel e sim pelo que acredito”, destacou Trutis. 


Já o Dr. Luiz Ovando, pontuou que Silveira foi preso por ter coragem de denunciar a posição tendenciosa dos ministros do Supremo.


Depois de anunciar o resultado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a decisão vai mudar o comportamento dos deputados.


Defesa

Em sua defesa, Daniel Silveira pediu desculpas pelo ato diversas vezes e afirmou estar arrependido do acontecido.  


"Já disse que me arrependi. E me arrependi, de fato. Não estou sendo demagogo ou hipócrita. Já solicitei aos pares a desculpa, a quem se sentiu ofendido. E também pedi desculpas a todo o povo brasileiro, que assim se sentiu ofendido", disse o deputado por vídeo da prisão onde se encontra, no Rio de Janeiro.


Ele também apelou aos colegas que "não relativizem" a imunidade parlamentar. "Pode abrir precedências catastróficas", disse Silveira.

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