sábado, 21 de novembro de 2020

Maior demanda por internações leva governo a ampliar leitos para Covid-19

 Ana Karla Flores


O aumento de casos de Covid-19 em Mato Grosso do Sul nas últimas semanas, principalmente em Campo Grande, e a consequente demanda por internações, levou o governo do Estado a ampliar o número de leitos disponíveis. Até a semana passada, o oposto ocorria: leitos estavam sendo fechados, depois do pico de mortes e internações dos meses de agosto e setembro.


A Secretaria de Estado Saúde (SES) divulgou nesta sexta-feira que leitos serão reativados para evitar possível colapso com o aumento da demanda de internações por Covid-19 no Estado. Ao todo, 10 novos leitos serão abertos no Hospital Regional com parceria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), que deve disponibilizar médicos, terapeutas, enfermeiros, entre outros profissionais de saúde.  


O secretário de saúde estadual, Geraldo Resende, detalha que os convênios firmados com hospitais privados da Capital, o Hospital El Kadri, o Hospital do Câncer Alfredo Abrão e a Clínica Campo Grande serão estendidos até o fim do ano. O secretário explica que a nova medida é necessária, pois visa o aumento do número de casos confirmados da doença na última semana.


Segundo o secretário, o número de casos confirmados já está refletindo fortemente na taxa de internação em leitos de UTI e em leitos clínicos destinados para o tratamento do coronavírus. Do dia 11 de novembro até esta sexta-feira (20), houve um aumento de 30% nas internações pela doença. “Há uma semana, nós estávamos com cerca de 206 sul-mato-grossenses internados. Hoje, já temos 296 cidadãos em leitos de UTI e leitos clínicos no Estado. Um aumento bastante expressivo”, afirmou Resende.  


No início de outubro, quando a doença ainda estava no pico de contágio no Estado, a única data em que houve registro maior do que 600 casos foi no dia 3, quando 648 pessoas testaram positivo para Covid-19. Neste dia, o número de internados chegou a 467, sendo 241 em leitos clínicos e 226 em leitos de UTI.


De acordo com Resende, parte expressiva da população não está respeitando as atuais medidas de biossegurança, como usar máscaras e evitar aglomerações. “Nós estamos vendo uma parte expressiva da população que está levando a vida como se não existisse a pandemia. Enquanto a população não estiver imunizada, precisamos priorizar o isolamento social, o uso de máscaras e a questão das regras de higiene”.  


O secretário ressalta que, mesmo com resistência das prefeituras do Estado em adotar medidas mais restritivas para conter o avanço da doença, se o número de casos confirmados continuar aumentando nas próximas semanas tais medidas serão adotadas, mesmo sem participação de prefeitos.  

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