Presidente barrou reajustes para policiais, médicos e professores durante a pandemia, mas governo foi derrotado no Senado por dois votos
Foi por dois votos que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi derrotado no Senado e teve seu veto ao reajuste salarial e contagem de tempo de serviço para profissionais de segurança pública, saúde e educação derrubado na Casa. O texto precisava de 41 votos para ser anulado, e contou com 42 - 30 foram a favor do governo.
Um dos votos que decretou a derrota governista foi da senadora Simone Tebet (MDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e que já se posicionou fora da base de Bolsonaro no Senado, inclusive, comemorando a saída do MDB e do DEM do grupo formado junto ao denominado 'Centrão' no parlamento.
Já o outro voto sul-mato-grossense veio de Soraya Thronicke, presidente regional do PSL e considerada parlamentar da base governista. Um dia antes, ela esteve no mesmo voo que Bolsonaro para ir à inauguração do radar de Corumbá. Ela também esteve com o presidente no voo de volta para Brasília (DF).
Em suas redes sociais, a senadora não comentou o voto, porém, foi alvo de críticas de vários eleitores, alguns até afirmando que trabalharam para ela em 2018 e se arrependem do que fizeram. "Senadora mais uma vez decepcionado com sua atitude", destaca Wesley Beserra, um entre os 391 comentários em post feito sobre recuperação de rodovias.
O único voto favorável a manutenção do veto foi dado pelo senador Nelson Trad Filho (PSD), que assim como Soraya, esteve no voo com Bolsonaro. Ele é presidente da Comissão de Relações Exteriores e viajou com o presidente em outras oportunidades, como na visita aos Estados Unidos. Logo depois, o senador foi diagnosticado com covid-19.
Pauta prossegue
Agora, o veto segue para análise da Câmara dos Deputados, onde o novo líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), vai ter trabalho para reverter a decisão. São necessários 257 votos para que o veto seja derrubado.
Dos oito deputados federais sul-mato-grossenses em Brasília, três deles também estiveram na comitiva presidencial que foi à Corumbá e também à Nioaque, em helicópteros. Os parlamentares são Luiz Ovando (PSL), que foi elogiado pelo presidente por defender o uso da hidroxicloroquina no combate à covid-19, Bia Cavassa e Beto Pereira (ambos PSDB).
Nenhum comentário:
Postar um comentário