terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Colheita de soja 2019/20 do Brasil vai a 1,8% da área puxada por MT


Por:                                                   Foto  Marcel Oliveira

A colheita de soja do Brasil na safra 2019/20 atingia 1,8% da área plantada até a última quinta-feira, impulsionada principalmente pelos trabalhos em Mato Grosso, informou a consultoria AgRural nesta segunda-feira.

O principal Estado produtor da oleaginosa segue isolado à frente de outras regiões em que foram verificadas áreas pontuais de início de colheita, como Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais, segundo nota da AgRural.

Os trabalhos desta temporada ficam aquém dos verificados em igual período do ano anterior, quando 6,1% da área semeada já havia sido colhida, disse a empresa.

A consultoria espera agora que o ritmo dos trabalhos em Mato Grosso acelere na segunda quinzena de janeiro, embora chuvas previstas para o Estado possam dificultar as atividades das máquinas.

“Até o momento, porém, não há queixas sobre qualidade e os relatos de produtividade reforçam a expectativa de grande safra”, disse a consultoria em comunicado.

Nos demais Estados, a colheita deve ganhar ritmo a partir de fevereiro, devido ao atraso no plantio.

O Rio Grande do Sul, que recentemente gerou preocupações devido ao tempo quente e seco, teve as perdas da soja interrompidas por boas chuvas na semana passada, mas ainda assim o potencial produtivo do Estado permanece prejudicado pela estiagem registrada em dezembro, disse a AgRural.

Já na área que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba, “as chuvas foram irregulares na semana passada, mas o solo ainda tem umidade e as previsões mostram bons volumes de chuva nos últimos dez dias de janeiro”, acrescentou a consultoria.

A atual previsão da AgRural para a safra 2019/20 de soja do Brasil é de 123,9 milhões de toneladas.

PRODUTOR OBSERVA JANELA PARA O MILHO
Considerando o ritmo mais lento na produção de soja em relação a 2018/19, os produtores passam a ficar alertas à janela para o plantio da segunda safra de milho, que é semeada logo após a colheita da soja.

Segundo Antonio Galvan, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), é importante que haja boa umidade até o fim de abril ou começo de maio para que uma “excelente safra” seja garantida.

“A janela do milho sempre preocupa em qualquer situação, quanto mais tardiamente você plantar a soja, mais tardiamente plantará o milho... Vamos torcer para ter uma chuva boa durante o mês de abril todo”, disse Galvan à Reuters, acrescentando que “a chave do sucesso está na mão de São Pedro”.

A mesma preocupação é vista por Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Aprosoja Brasil, que citou atrasos de plantio no centro do país, inclusive em Mato Grosso, como um dos motivos para os trabalhos mais lentos, além das questões climáticas.

“Estamos tendo alguns problemas pontuais, como as altas temperaturas no Rio Grande do Sul, chuvas muito irregulares. No Matopiba também tivemos alguns problemas isolados”, disse ele.

“Isso afeta também a expectativa da segunda safra (de milho). Ela depende muito da janela na hora correta.”

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