Por: AGROLINK -Leonardo Gottems Foto: MAPA
Graças aos seus neurônios olfativos, os peixes podem identificar vírus e, assim, ativar mecanismos de defesa imunológica para prevenir infecções. Esta é a principal conclusão alcançada no trabalho realizado em conjunto entre a Universidade de Múrcia (UMU) e o Instituto Murciano de Pesquisa Biosanitária (IMIB), em colaboração com a Universidade do Novo México.
“Essa capacidade dos neurônios olfativos de detectar vírus dá aos peixes a chance de evitar a infecção ao fugir, mas, além disso, descobrimos que, se o vírus entra na via nasal, são esses mesmos neurônios que ativam a resposta imune e colocam em funcionamento aos linfócitos T, que são como os soldados que protegem contra infecções ”, explica o professor de biologia celular da UMU Victoriano Mulero, do grupo de pesquisa Imunidade, Inflamação e Câncer.
A pesquisa, realizada com peixe - zebra em Múrcia e truta no Novo México, confirmou que a resposta é ativada por um sinal elétrico dos neurônios. O desafio agora é descobrir exatamente quais mecanismos estão envolvidos para que essa resposta do sistema imunológico seja implementada.
O trabalho, publicado no PNAS, abre as portas para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas mais eficazes contra um vírus semelhante à raiva em humanos que afeta peixes. Esse achado também representa um desafio para o setor de aquicultura devido às grandes perdas econômicas que as espécies são afetadas pelo vírus.
O objetivo desta pesquisa é sua aplicação na aquicultura, mas abre caminho para pesquisas de longo prazo, a fim de tirar conclusões sobre o comportamento de vírus que afetam o sistema nervoso, como raiva e outros que infectam o trato respiratório, como o resfriado e a gripe.
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