quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Deputados dizem que suposta compra de sentença para senador é "muito grave"

Izabela Jornada                   Foto:Divulgação

Deputados da Assembleia Legislativa que foram ouvidos pela reportagem do Correio do Estado disseram que a informação de que documento com nome do senador Nelson Trad Filho (PSD) que foi encontrado na casa do empresário e pecuarista Jamil Name é preocupante e que foro privilegiado, nesses casos, não deve ser aceito. “Essas denúncias são graves, mas se for verdade, tem que haver punição, isso é inaceitável, mas vamos esperar o julgamento da Justiça, eu confio nas instituições”, declarou o deputado Neno Razuk (PTB).

O deputado Evander Vendramini (PP) disse que não tem conhecimento, mas reconhece que o assunto é “muito sério”. “Isso é questão judicial e sobre o foro privilegiado, em alguns casos é importante, mas acredito que apenas para evitar algo de fora”, declarou o parlamentar que defendeu o foro apenas para presidentes de instituições.

O deputado Pedro Kemp (PT) considerou o caso “muito grave” e declarou que é necessário ter uma investigação muito aprofundada. Sobre o foro privilegiado, o petista acredita que é necessário “em algumas situações, em casos que acontecem durante exercício de mandatos. Agora, não para crimes comuns”, afirmou Kemp.

Os deputados que tem bases fortes no interior do Estado, como José Carlos Barbosa (Dem), o Barbosinha e Renato Câmara (MDB), preferiram não opinar muito. “Não sou daqui, não conheço muito sobre isso”, disse Câmara. “Tem que ouvir as partes envolvidas, garantir o direito de ampla defesa, muito difícil opinar”, completou Barbosinha.

Lucas de Lima do Solidariedade preferiu não se manifestar também e afirmou que é “melhor não falar sobre esse assunto”.

DOCUMENTO ENCONTRADO

Durante cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão que fazem parte da operação Omertà, deflagrada na última sexta-feira (27), foi encontrado documento que menciona a compra de decisões judiciais em segunda instância, no Tribunal de Justiça (TJ-MS) em nome do senador Nelson Trad Filho e do desembargador Marcelo Câmara Raslan. Por esse motivo, o juiz da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira, remeteu a folha apreendida ao Tribunal de Justiça, e ainda solicitou o encaminhamento para outras cortes, como o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, as duas decisões, conforme o documento apreendido, teriam custado R$ 4,05 milhões.
Com o Correio do Estado

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