Agência Brasil Campanha, câncer de mama, modelo Celi -foto@carladurante
Durante todo o mês de outubro, fotografias de 15 mulheres em tratamento contra o câncer de mama estarão expostas em cinco pontos da capital paulista, além das cidades de Cajamar e Santo André, na região metropolitana de São Paulo, e no município maranhense de Mirinzal. Promovida pela organização não governamental (ONG) Instituto Viver Hoje, a mostra Mulheres no Espelho – Força e Renascimento, tem o objetivo de alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e promover o aumento da autoestima de mulheres em tratamento.
Além de prestigiar a exposição, o público poderá assistir em vídeo aos depoimentos das 15 mulheres que participaram das fotos, falando sobre os maiores desafios no processo de tratamento e de superação da doença. Com mais de 60 mil novos casos por ano no Brasil, o câncer de mama é um dos tipos de tumor mais comuns em mulheres no país.
As 15 mulheres foram fotografadas por profissionais da área. Entre eles, os fotógrafos da Galeria da Studio Trend Simone Silvério, especialista em ensaios de família, e Jaiel Prado, especialista em ensaios de beleza. O projeto também teve a participação da fotógrafa Carla Durante, especialista em ensaio subaquáticos.
Após o encerramento da primeira etapa da mostra, em 31 de outubro, as fotos ficarão expostas na estação de metrô Fradique Coutinho, de 1º a 30 de novembro.
De acordo com a presidente do Instituto Viver Hoje, Cristina Gomes, a Campanha Contra o Câncer de Mama, lançada em Nova York nos anos 1990, cresce pelo mundo com o objetivo não apenas de chamar ao autoexame e à necessidade de controle rigoroso, mas também de compartilhar informação, apoio e carinho.
Cristina criou o instituto sem fins lucrativos após seu marido morrer de câncer de pulmão aos 57 anos, em 2015. Para ela, o objetivo é conscientizar as pessoas sobre a necessidade de prevenir o câncer e de diagnosticar precocemente a doença. Com a mostra sobre o câncer de mama, a ideia é chocar e fazer as pessoas lembrarem-se da importância da mamografia e do exame de toque.
Autoestima
A primeira exposição foi feita em 2016, repetida todos os anos. A cada edição, é escolhida uma instituição pública, de onde são selecionadas pacientes que passam um dia dedicado totalmente a elas, com massagem, maquiagem, perucas, roupas, almoço e confraternização com outras pacientes. Dali saem as fotos usadas nas exposições.
“Este ano, as pacientes vieram do Hospital Santa Marcelina. Foi diferente porque foi um ensaio fotográfico feito, em grande parte, dentro da água. Foi muito bacana. É importante que elas passem por esse tipo de evento porque é uma forma de elas se sentirem mulheres novamente. Trazer para fora a essência daquela mulher que teve um câncer de mama, que está mutilada e muitas vezes não se sente mais a mesma”, disse.
Conscientização
Segundo Cristina, as fotos são uma maneira de provocar as pessoas para a conscientização e o questionamento. “Ela não é voltada só para a mulher, mas para o público em geral. É interessante quando um homem passa no metrô, vê as fotos, lembra que tem uma namorada, esposa e questiona sobre a prevenção, se ela faz os exames”, ressalta.
A profissional de marketing avaliou que a informação é primordial para a prevenção e o tratamento da doença, porque a palavra câncer ainda assusta as pessoas. “Quando descoberto no começo, há possibilidade de cura. E o câncer de mama é o que tem mais incidência no nosso país. Centenas de mulheres morrem por ano. Se você conhecer seu corpo e fizer os exames, a possibilidade de detectar no início e viver é gigante”, explica.
Cristina levou a exposição para Mirinzal, cidade com quase 15 mil habitantes no Maranhão, depois de conhecer uma professora do município, muito ativa e que aceitou levar as fotografias para movimentar as mulheres e adolescentes da localidade.
“Foi em 2016 e todos aderiram e agradeceram pelo Outubro Rosa chegar à cidade. Esse alcance me emocionou e continuei a fazer ao longo dos anos. Eu gostaria de estender para outras cidades, mas somos uma entidade sem fim lucrativo e precisaríamos de patrocínio para isso. Projetos como esse poderiam estar no país inteiro se tivessem apoio”, declara.
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