Foto;Divulgação
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estaria recebendo ameaças, conforme apuração do O Globo. A informação foi confirmada por médicos do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, que chegou a passar por uma varredura de homens da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), para garantir a segurança do ministro, mas a visita acabou não acontecendo.
De acordo com o Campo Grande News, um amigo do ministro, que colaborou com as propostas de políticas públicas da pasta, o oftalmologista Júlio Leão disse que a Polícia Federal investiga o caso. “A Polícia Federal está trabalhando nesse processo. As milícias estavam comandando os hospitais federais. Ele (Mandetta) tira de letra essas ameaças”, disse.
Nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, Mandetta promete um “choque de gestão” nos seis hospitais federais do Rio que, segundo ele, estariam sob o controle de milícias.
Mandetta teria sido ameaçado por meio de ligações telefônicas, horas antes de interferir na gestão do Hospital de Bonsucesso. Após denúncias de pacientes e médicos, Luana Camargo, que era diretora da unidade, teve a exoneração publicada no dia 24 do mês passado, no Diário Oficial da União.
O Campo Grande News tentou contato com o ministro, por telefone, mas as ligações não foram atendidas na manhã desta quinta-feira (7/2). A assessoria de imprensa foi contatada, mas solicitou que a reportagem retorne posteriormente.
No entanto, ao portal O Globo negou haver ameaças contra Mandetta e disse que os cuidados com a segurança são de praxe quando há eventos com membros do gabinete da Presidência.
Nova direção e varredura da Abin - Na última terça-feira, homens da Abin estiveram no Hospital de Bonsucesso e, por mais de três horas, conversaram com a equipe ligada à nova direção. O objetivo era levantar o máximo de detalhes para preparar a visita de Mandetta.
“Os agentes da Abin queriam saber se poderia acontecer algum protesto, estudaram a planta do hospital, traçaram rotas de fuga, dos locais críticos, pediram fotos e informações sobre a antiga diretoria. Além disso, não quiseram informar a hora da visita, nem a placa do carro que traria o ministro”, relatou um funcionário, que pediu para não ser identificado.
Na noite do dia 11 de janeiro, no entanto, horas após a festa de aniversário de 71 anos do Hospital de Bonsucesso ter acabado em protesto de pacientes e funcionários, Mandetta esteve no local acompanhado apenas de dois parlamentares.
A ex-diretora Luana Camargo foi indicada para o cargo pelo deputado federal Wilson Beserra (MDB), que tem como reduto eleitoral o município de Seropédica, na Baixada Fluminense. Foi nessa cidade em que Luana teve sua única experiência em gestão pública, na farmácia de um posto de saúde, antes de assumir o hospital. Beserra e ela aparecem juntos em vários posts nas redes sociais.
A nova direção já confirmou que pelo menos 70 vagas de funcionários terceirizados na prestadora Nova Rio foram preenchidas por pessoas indicadas por Luana, em sua maioria, moradores de Seropédica, que continuam a trabalhar no hospital.
Procurado, o deputado Wilson Beserra disse que não tinha conhecimento das ameaças. Mas, segundo ele, a própria Luana havia feito denúncias à Polícia Federal, ao Ministério Público e à corregedoria do Ministério da Saúde “sobre diversos crimes que estavam sendo praticados dentro do HFB”.
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