domingo, 24 de fevereiro de 2019

Filme :MINHA VIDA EM MARTE

CineWeb

Em Minha vida em Marte, encontramos Fernanda (Monica Marteli) com a vida supostamente arranjada depois do filme anterior, Os homes são de Marte... e é pra lá que eu vou. Ela está casada com um arquiteto, Tom (Marcos Palmeira), e com uma filha pequena (Marianna Santos). Sua empresa de festas com o sócio Aníbal (Paulo Gustavo) e melhor amigo, vai relativamente bem e eles começam a diversificar os negócios – fazem até um velório. O único problema é que o casamento caiu na rotina. Ela e o marido não se aguentam mais e a protagonista quer descobrir se isso é passageiro ou o fim da relação.

Tudo isso é a desculpa para um filme que se alonga muito, mas muito mais do que deveria. O roteiro foi escrito por cinco profissionais e cada um parece ter um objetivo diferente. Por exemplo, Marteli e a diretora, Susana Garcia, sua irmã, deixam claro que a protagonista é Fernanda; Paulo Gustavo e sua metralhadora giratória verbal tentam sequestrar o filme para o seu personagem. E a maioria das vezes em que consegue, o longa se torna mais palatável, livrando a trama das lamentações infinitas e repetitivas de Fernanda.

Marteli é boa atriz mas talvez esteja na hora de livrar-se de Fernanda, de enfrentar uma nova personagem – especialmente uma que não tenha sido escrita por ela, algo diferente em sua carreira, com algum frescor. É triste ver um talento como o dela enterrado num filme como esse.

As cenas se sucedem com Fernanda tentando arrumar um homem. Seja na academia, num show da cantora Anitta, o único objetivo da existência dessa mulher é encontrar um homem. A narrativa se acumula como se fossem episódios editados de uma série de televisão, colados um depois do outro para completar a duração de um longa. Há momentos especialmente descartáveis – como a visita a uma sex shop, onde ela e Aníbal ficam encantados com os tamanhos dos pênis de borracha; ou outro, ainda mais inexplicável, no qual essa dupla, numa cama de hotel em Nova York, discute as compras que ela fez numa farmácia.

Fernanda, apesar do casamento, não mudou nada, não aprendeu nada com a vida. Tudo o que quer é um homem para chamar de seu – seja o marido ou outro. O sucesso profissional e a filha não têm muita função na vida da personagem ou na trama do longa – a garota some da metade do filme para frente. O que mais espanta, no etnanto, é em pleno século XXI uma mulher com essa obsessão. Isso parece não ser deste mundo. Talvez o filme realmente se passe em Marte.

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