G1
A última quinta-feira foi um dia movimentado para o vice-presidente, Hamilton Mourão. No Anexo II do Palácio do Planalto, ele passou boa parte do dia concedendo entrevistas para agências de notícias e canais internacionais. Seus assessores diziam ser um dia "atípico", dado o movimento, e afirmando que o vice respondeu a perguntas em português, inglês e espanhol.
Mourão, de 65 anos, parecia cansado quando recebeu a BBC News Brasil pouco depois das 17h30.
Horas antes, a crise na Venezuela havia se intensificado, após o presidente Nicolás Maduro ter anunciado o fechamento da fronteira com o Brasil para evitar o envio da ajuda humanitária solicitado pelo autoproclamado presidente venezuelano Juan Guaidó.
Enviado pelo presidente Bolsonaro para a reunião do Grupo de Lima, que vai discutir na próxima segunda-feira (25) a crise em Caracas, Mourão, no entanto, segue atuante na política doméstica.
Nos 24 minutos de conversa com a reportagem, ele falou sobre as denúncias de corrupção que envolvem membros do PSL, partido do presidente Bolsonaro, e sobre a Reforma da Previdência. Evitou, no entanto, falar sobre o conteúdo dos áudios de diálogos entre Bolsonaro e Gustavo Bebianno, primeiro ministro a ser demitido no novo governo.
Questionado sobre a influência dos filhos do presidente no governo, o vice disse considerar que haverá um distanciamento político natural de Carlos, Eduardo e Flávio da administração do pai.
"(Carlos) está na vibe da campanha, isso vai diminuir"
Sobre o ponto da Reforma da Previdência que altera regras da assistência social e, portanto, afeta a população mais pobre, Mourão não respondeu se considera justa a mudança.
"É a visão da equipe econômica e é a visão que o governo concordou. Agora, vai competir ao Congresso chegar à conclusão sobre se isso é factível ou não. Se o Congresso julgar que isso não é factível, vai permanecer como está", disse.
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