segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Ações da Vale desabam 19% após rompimento de barragem em MG


por Karla Mamona Exame

As ações da mineradora Vale registravam forte desvalorização na manhã desta segunda-feira. Os papéis abriram as negociações em leilão. Por volta das 10h38, os papéis recuavam 19,86%.

Fora do Brasil, as ADRs da companhia chegaram a cair 19% na Nyse durante o pré-market.

Na sexta-feira, no dia do rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), os papéis fecharam em queda de 8%. No Brasil, a bolsa estava fechada devido ao feriado do aniversário da cidade de São Paulo.

Ontem, em reunião extraordinária, o Conselho de Administração da Vale decidiu mudar o sistema de remuneração e incentivos devido ao rompimento da barragem.

Segundo o fato relevante, a mineradora informa que o Conselho decidiu suspender o pagamento de remuneração variável aos executivos e também a Política de Remuneração aos Acionistas “e, consequentemente, o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP), bem como qualquer outra deliberação sobre recompra de ações de sua própria emissão”.

A Vale teve R$ 11 bilhões bloqueados pela justiça de Minas para despesas ambientais e atendimento às vítimas, foi multada em R$ 350 milhões pelo Ibama e recebeu uma solicitação do estado de MInas Gerais do bloqueio de R$ 20 bilhões das ações da Vale e uma do Ministério Público.

Em relatório divulgado a clientes, a CoinValores afirmou que em termos operacionais, o impacto é pequeno, tendo em vista que a produção no local corresponde a menos de 2% da produção total da Vale e que a capacidade ociosa em outras minas permite o remanejamento da operação.


E destacou que além de novos impactos financeiros potenciais, mudanças regulatórias também ficam no radar, com a possibilidade de exigências mais rígidas quanto à licença para novas barragens e minas. “Até que todos os potenciais impactos possam ser mensurados de forma mais clara, os papéis VALE3 devem ficar pressionados.”

Já a XP Investimentos destacou que 10% parece já refletir parte relevante dos riscos, portanto mantém a recomendação inalterada, em Compra, com horizonte de médio – longo prazo. “Entretanto, uma série de incertezas em relação ao impacto no curto prazo permanecem, portanto sugerimos cautela.”

A Vale é a terceira maior companhia brasileira. O valor de mercado da mineradora é de 296,72 bilhões de reais. Os ativos da brasileira têm peso de 10,774% na composição do Ibovespa.

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