quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Alta nos custos de produção de soja e milho

 



A projeção de custos de produção das lavouras de milho e soja de verão apontam níveis de elevação preocupantes
Por:  -Aline Merladete


A projeção de custos de produção das lavouras de milho e soja de verão apontam níveis de elevação preocupantes. Alguns produtos tiveram elevação superior a 150% nos últimos 12 meses, ocorrendo também falta de oferta de alguns insumos, bem como a restrição da oferta de diesel.



De acordo com os dados do levantamento realizado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Os novos patamares de custos, tanto no milho como na soja, indicam uma tendência forte de queda de rentabilidade nas duas culturas, reduzindo em 40,28% no milho e em 36,21% na soja no final do ciclo.


Ainda de acordo com os dados divulgados pela entidade, isto é reflexo dos aumentos dos preços de insumos como fertilizantes e defensivos, além das máquinas, implementos e combustíveis.A projeção da entidade, com base nos preços de 1º de novembro de 2021, no caso da soja, indica uma perda por parte do produtor na relação de troca de 48,8% em número de sacas necessárias para pagar o custo total de produção, que era de 26,11 sacas, e agora indica uma necessidade de colher 38,85 sacas. Já em relação ao desembolso, o produtor precisará colher 26,63 sacas contra 16,90 na safra passada, uma elevação de 57,54%. Isso reduz significativamente a rentabilidade futura apesar dos preços no mercado permanecerem aquecidos.


No caso do milho, a relação de troca sofreu impacto maior pelo fato de usar mais insumos do que a soja. Com isso, o produtor vai precisar colher 108,58 sacas por hectare para cobrir o custo total de produção ante as 69,16 sacas da safra anterior, um aumento de 57%  de produção diante do atual patamar de custo. Em relação ao desembolso, o produtor sofreu impacto maior e vai precisar produzir 82,43 sacas por hectares frente as 49,04 sacas na safra passada, uma elevação de 68,07%.


O presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, diz que o produtor respondeu em aumento de área plantada, mas não contava enfrentar tamanha elevação de custos. “Diante dos altos riscos que o produtor enfrenta na produção, ele precisa se proteger com seguro agrícola para se prevenir de eventuais danos causados por fatores como clima e mercado, evitando assim possíveis prejuízos maiores”, observa.

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