Conforme o Portal Agrolink já informou, a safra de soja 2021/22 já tem o registro das primeiras ocorrências de ferrugem-asiática em lavouras comerciais nos estados de Roraima, São Paulo e Paraná. As informações são do Consórcio Antiferrugem, da Embrapa Soja.
VEJA: Safra já tem primeiras ocorrências de ferrugem asiática
A primeira ocorrência foi registrada em 06 de dezembro, no município de Pilar do Sul (SP), em soja semeada na segunda quinzena de setembro. Na sequência, novas ocorrências no Estado foram registradas em Itaberá e Pirajú. No dia 13 de dezembro foi registrada a primeira ocorrência no Paraná, no município de Mariópolis, em soja semeada na segunda quinzena de setembro.
Entre as principais causas da doença estaria a presença de soja perene (Neonotonia wightii) nas regiões. A planta costuma ocupar as beiras de lavoura e é hospedeira do fungo causador da ferrugem-asiática. A leguminosa de origem Africana é bastante utilizada em pastagens consorciadas. Foi introduzida no Brasil na década de 50.
O fitopatologista da Fundação ABC, Senio Prestes e Edivan Possamai, Coordenador do Programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, concordam com essa teoria e Possamai ainda aponta o clima como outro causador. “Apesar das chuvas regulares em setembro terem permitido a semeadura logo no início do período recomendado, a ocorrência do evento climático La Niña, que consiste em um clima mais seco e quente, contribuiu para a observação dos primeiros sintomas da ferrugem-asiática apenas em dezembro”, disse.
Além do La Niña, a ocorrência de frios intensos no inverno, com geadas em todo o Paraná e consequente eliminação de possíveis plantas de soja espontâneas, auxiliou na diminuição da população do fungo no ambiente. Possamai também pondera que, embora o clima seco e quente das últimas semanas seja desfavorável ao desenvolvimento da ferrugem, é importante os agricultores intensificarem o monitoramento da doença nas lavouras de soja, aliado ao fato de que a maioria das lavouras dessa região encontra-se em fase de enchimento de grãos.
O pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Soares, ressalta que a decisão do agricultor de iniciar as pulverizações com fungicidas para o controle da ferrugem-asiática deve ser tomada com base em informações técnicas, considerando o estádio fenológico da cultura, as condições climáticas, a cultivar, o tamanho da propriedade, a presença de outras doenças, a logística de aplicação, o custo de aplicação, os fungicidas disponíveis, entre outros fatores.
“O agricultor deve estar atento à eficiência dos fungicidas de sítio-específicos, que vem sendo reduzida ao longo dos anos em razão da seleção de populações do fungo menos sensíveis”, destaca Soares.. A associação com fungicidas multissítios, principalmente com aqueles sítio-específicos que estão com a eficiência mais reduzida, é uma estratégia que tem melhorado o controle químico e ajudado a reduzir a pressão de seleção ao fungo.
Segundo o consórcio aindafoi identificado um caso da doença em soja voluntária em Tupanciretã (RS) e nesta segunda-feira (20) entrou em atenção um caso em soja no estádio R3, em Machado (MG). Outras cidades do Paraná e Rio Grande do Sul também observam com atenção a presença de esporos. Na safra passada foram 377 ocorrências. Desde que o consórcio Antiferrugem começou a operar, na safra 2004/05, o recorde de incidência da ferrugem asiática foi em 2008/09, com 2884 ocorrências.
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