Santa Catarina se prepara para começar mais uma safra de maracujá. O estado deve colher 45 mil toneladas da fruta na safra 2021/22. A produtividade média deve ser de 25 toneladas por hectare, numa área de produção de 1.800 hectares. Os números representam uma produção dentro da normalidade para o Estado. A abertura oficial da colheita foi na última terça-feira (21), em Sombrio.
Assim como na safra passada, a produção de maracujá neste ciclo agrícola está enfrentando alguns entraves climáticos: frio tardio, radiação solar e número de horas de luz abaixo daquilo que a planta requer. “A Epagri está tentando criar tecnologias e manejos que antecipam a produção principalmente para dezembro e janeiro, quando os produtores podem obter melhores preços, mas devido a esses fatores climáticos, vamos ter uma produção um pouco mais tardia em volume de colheita nesta safra”, explica Diego Adilio da Silva, extensionista da Gerência Regional da Epagri em Criciúma e Líder Projeto Fruticultura na região.
Doenças e pragas também são motivo de alguma preocupação para os produtores. Diego explica que a virose do endurecimento do fruto vem sendo menos agressiva e relegada a segundo plano entre as preocupações dos produtores, porque, com o vazio sanitário e a produção de mudas em ambiente telado, é possível contornar e conviver com a doença. A verrugose, que é uma doença causada por um fungo, vem atrapalhando um pouco os pomares, mas com a tecnologia disponível ela vem sendo bem contornada. “O maior problema é a mosca do botão floral”, esclarece ele .
Para discutir formas de monitoramento e sugestões de controle para pragas e doenças do maracujazeiro, a Epagri realizou recentemente um encontro técnico. Diego informa que a Estação Experimental da Epagri em Urussanga já vem trabalhando no monitoramento da mosca do botão floral e os picos de ocorrência da população, “mas ainda é preciso avançar e ver se isso se repete ao longo dos anos”, esclarece o extensionista. Não há produto registrado no mercado para conter essa praga no maracujazeiro. Todos os estudos estão atrelados à melhoria da regulagem de pulverizadores e dosagem de volume de calda.
O que a Epagri projeta para o futuro é a definição de um sistema de produção integrada de maracujá em Santa Catarina. O sistema de produção integrada, que já é utilizado em outras culturas no Estado, principalmente no tomate, objetiva a produção ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, por meio do emprego de boas práticas agrícolas. O alimento obtido desse sistema é passível de ser certificado como seguro, bem como é possível garantir sua rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva.
Outra preocupação é manter a qualidade do maracujá catarinense, que é reconhecido como o melhor maracujá de mesa do Brasil em decorrência de seu tamanho, volume de polpa e outras características. Isso é o resultado de um manejo recomendado pela Epagri e aplicado pelos agricultores, de selecionar as melhores e mais bonitas plantas e frutos de uma safra, que vão dar origem às sementes da próxima safra. Diego explica que esse trabalho garante a contínua elevação da qualidade do maracujá catarinense.
* com informações da Epagri
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