Em parceria com o Senar, a Faerj e o Sebrae, o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, divulga hoje resultados inéditos para o PIB do agronegócio do estado do Rio de Janeiro, de 2017 a 2020. O PIB do agronegócio em 2017 foi de R$ 31,8 bilhões (a preços de 2020), representando 4,15% da economia do estado. Em 2020, o PIB do setor avançou para R$ 32,5 bilhões, aumento real de 2,3% frente a 2017.
O Rio de Janeiro está entre os estados mais urbanizados, industrializados e populosos do Brasil e também é um dos menores em área territorial, com fortes presenças de relevo acidentado e solos de baixa fertilidade. Nesse contexto, o estado não tem na agropecuária uma grande expressividade. Em 2018, segundo dados do IBGE, a agropecuária representou apenas 0,47% da economia fluminense. Apesar disso, a agropecuária tem grande relevância para economias locais e tem encadeamentos importantes com as atividades industriais e de serviços no estado, como explicitado pelos números do PIB do agronegócio calculados e divulgados neste projeto.
Pesquisadores do Cepea ressaltam o perfil industrial e de serviços do agronegócio fluminense, o que usualmente ocorre em estados industrializados e populosos, como o Rio de Janeiro. Em 2020, a agropecuária representou 13% do PIB do setor, enquanto as agroindústrias representaram 39% e os agrosserviços, 47%. Já as atividades industriais do agronegócio que ficam antes da “porteira” (segmento de insumos) não detêm presença marcante no estado fluminense e representaram apenas 1% do PIB do setor em 2020.
A agropecuária do estado tem expressiva participação da agricultura familiar e, na agricultura, além das culturas tradicionais como cana-de-açúcar e café, detêm grande representatividade os produtos olerícolas e da fruticultura, destacando-se o tomate, o aipim, a alface, a banana, os citrus e o abacaxi. Na pecuária, destacam-se as criações de bovinos para corte e leite e, em sequência, a avicultura para corte e a pesca. Regionalmente, a agropecuária se estende sobretudo entre a região Serrana e as regiões noroeste e norte do estado.
Na agroindústria agrícola, as atividades com maior contribuição para o PIB são a fabricação de bebidas, a confecção de artigos do vestuário de base natural e a fabricação de outros produtos alimentícios (atividade industrial que envolve produtos de panificação, biscoitos, derivados do cacau, massas, especiarias e afins, alimentos prontos e outros). Na indústria de processamento animal, o PIB é gerado preponderantemente pelas indústrias de laticínios e de abate e produtos de carne e pesca. Espacialmente, há forte concentração agroindustrial na região metropolitana.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que, considerando-se os desempenhos comparados, a participação do agronegócio fluminense no brasileiro se manteve relativamente estável entre 2017 e 2019 (em 2,07%), com redução em 2020 (para 1,67%). Essa queda ocorreu sobretudo devido ao perfil industrial do agronegócio do estado, considerando-se que a agroindústria esteve entre os segmentos do setor mais afetados pela pandemia em 2020.
* informações do Cepea
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