© Reuters/ADRIANO MACHADO
Por Bernardo Caram
-O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta quarta-feira ter assinado medida para o fechamento da missão no Brasil do Fundo Monetário Internacional (FMI), entidade que ele tem criticado por divergências em relação a projeções econômicas.
Em apresentação no evento “Moderniza Brasil”, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Guedes fez reclamações sobre a atuação do FMI e criticou o atual presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil, Ilan Goldfajn, que foi recentemente nomeado diretor do órgão internacional.
O ministro disse que tomou a decisão de dispensar a missão do FMI no Brasil ao argumentar que o grupo vem errando previsões sobre a recuperação econômica do país.
Guedes disse que a missão veio para o Brasil para prever uma queda superior a 9% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, o que não se concretizou. “Estamos dispensando, assinei há uma semana, pode passear lá fora”, afirmou.
Em seguida, Guedes explicou em entrevista que já havia assinado o fechamento da missão, que chamou de "residente do FMI no Brasil". Ele disse que a decisão vale a partir de junho de 2022, mas ponderou que o FMI pode manter o escritório no país se quiser.
De acordo com Guedes, a entidade se instalou no Brasil no passado, quando o país precisava de assistência para controle de Orçamento e câmbio. Para ele, a permanência não é mais necessária.
"Ficaram porque gostam, feijoada, jogo de futebol, conversa boa... E de vez em quando criticar um pouco e fazer previsão errada", disse.
O ministro também afirmou que Ilan se ofereceu para ser presidente do Banco Central independente logo no início do governo, e que respondeu ao economista que se fosse para ficar um ou dois meses no cargo, não precisaria.
“(Ilan) é um ótimo brasileiro, boa pessoa, tudo isso. Ontem criticou a gente pesado, então estou devolvendo hoje. Já que vamos ter um brasileiro que conhece bastante o Brasil e critica bem a gente no FMI, não precisamos ter mais aqui dentro”, afirmou.
Procurado, o FMI informou que o departamento do Hemisfério Ocidental --onde Ilan será diretor-- está de acordo com as autoridades brasileiras e planeja fechar o escritório de representação em Brasília até 30 de junho do ano que vem, quando termina o mandato do atual representante.
O órgão disse ainda que espera que o envolvimento de seu corpo técnico com as autoridades brasileiras continue.
(Por Bernardo Caram; edição de Isabel Versiani e Pedro Fonseca)
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