Estadão
O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), pré-candidato de seu partido ao governo do Rio de Janeiro, se reuniu na manhã deste domingo, 19, com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB na semana passada e estuda entrar no PSB. A negociação para a filiação do ex-tucano passa pela indicação de seu nome como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na pauta da conversa estavam as eleições de 2022. Em postagem nas mídias sociais, o deputado federal destacou que o pleito do ano que vem exigirá “diálogo, espírito público e responsabilidade com o Brasil”.
Recém-saído do PSDB, após mais de 30 anos de filiação, Alckmin tem vários convites de diferentes partidos. Além do PSB, o ex-governador já recebeu convite do Solidariedade - também para formar chapa com Lula - e do PSD, legenda pela qual poderia disputar mais uma vez o governo de São Paulo. De acordo com a última pesquisa Datafolha, Alckmin lidera a corrida pelo governo de São Paulo com 28% das intenções de voto, seguido pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo ex-governador Márcio França (PSB), que têm respectivamente, 19% e 13%.
Um dos principais aliados de Alckmin e entusiasta da indicação do ex-governador para representar os socialistas na eleição presidencial, o próprio França tem dito que o acordo entre PT e PSB, com o ex-tucano na vice, só será concretizado se os petistas abrirem mão da candidatura de Haddad em São Paulo, entre outros arranjos regionaios. O apoio do PT a Freixo - mais encaminhado do que as tratativas em São Paulo e outros Estados, também entra nessa conta do mapa nacional para fechar de vez a aliança do PT de Lula com o PSB.
Após citar a reunião com Alckmin, Freixo destacou que, à noite, estará com o ex-presidente no jantar do grupo de advogados Prerrogativas. “Café da manhã com @geraldoalckmin. Ótima conversa sobre os desafios de 22. Democracia, emprego, políticas públicas e a necessidade de derrotarmos o fascismo. A eleição vai exigir diálogo, espírito público e responsabilidade com o Brasil. À noite estarei com @LulaOficial.”, postou Marcelo Freixo.
Sinais
O jantar deste domingo deve marcar o primeiro encontro público entre Lula e Alckmin desde que vem sendo negociada uma possível aliança. Outros pré-candidatos à Presidência também são esperados, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS); presidentes de partidos, como Gilberto Kassab (PSD) e o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) também confirmaram presença. Embora Lula tenha garantido que participará do evento, Alckmin não deu sinais claros se estará lá ou não.
O advogado Marco Aurélio Carvalho, um dos fundadores do grupo Prerrogativas, coletivo de advogados autodenominados “progressistas” e “antilavajatistas” que organiza o jantar, acredita que Lula e Alckmin, devem dividir a mesma mesa. Mais de 50 jornalistas estão credenciados para cobrir o encontro.
“As diferenças políticas devem ser deixadas de lado para que o País possa enfrentar e vencer o legado de fome e miséria do lavajatismo e de seu filho mais ilustre, o Bolsonaro”, disse Marco Aurélio Carvalho.
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