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Pesquisadores de dois países abordaram o papel do ferro na história da Terra, concluindo que, sem a flutuação de seus níveis ao longo do tempo, a realidade em nosso planeta seria diferente
Por JORNAL DO BRASIL
O ferro foi um metal vital para a formação da vida na Terra, concluiu uma pesquisa realizada por cientistas do Reino Unido e França.
É aceite que há 2,5 milhões de anos um rápido aumento do oxigênio na atmosfera da Terra, chamado de Evento de Grande Oxidação (GOE, na sigla em inglês) permitiu que a vida multicelular se expandisse no nosso planeta.
No entanto, pesquisadores da equipe de Jon Wade, cientista da Universidade de Oxford, Inglaterra, Reino Unido, publicaram na segunda-feira (6) um estudo na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America", no qual teorizam que a flutuação dos níveis de ferro, hoje um elemento fundamental para a vida, ao longo da existência do planeta Terra, foi importante para esse processo.
Os cientistas creem que as formas de vida mais antigas, como as bactérias e arqueias, que surgiram quando os níveis de ferro eram maiores, precisam mais do metal, enquanto os seres multicelulares mais recentes têm aprendido a usá-lo de forma mais eficiente.
O declínio do ferro foi precipitado pelo aumento do oxigênio atmosférico, de acordo com o novo estudo. Quando a água e o ferro sólido interagem na presença de oxigênio, o ferro é rapidamente oxidado, dificultando seu uso por organismos. Para ser utilizado, é necessário que as células desenvolvam sideróforos, pequenas moléculas orgânicas, algo que acabou acontecendo com todas as bactérias, plantas e fungos. No entanto, "o ferro preservou sua preeminência nos sistemas biológicos", dizem os autores do estudo.
"Presumivelmente, isso é porque o ferro tem propriedades eletroquímicas que tornam possível, ou eficiente, um leque de processos bioquímicos de forma a outros elementos não poderem substituir largamente o ferro dentro das proteínas sem causar uma grande desvantagem", explicam.
A falta do ferro solúvel pós-GOE significa que os organismos teriam de competir, "fazer batota" ou cooperar para sobreviver, causando adaptações extremas em genomas e comportamento celular ao longo do tempo, algo exacerbado pelo Evento de Oxidação Neoproterozoico há 500 milhões de anos, significando que a complexidade da vida começou a crescer apenas quando o ferro se tornou escasso, concluem os cientistas. (com agência Sputnik Brasil)
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