FOLHAPRESS
Sete em cada dez brasileiros estão pessimistas quanto à situação econômica do Brasil e avaliam que a economia está ruim ou péssima, segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) feita pelo Instituto FSB.
Na visão dos entrevistados, 47% classificam a situação econômica do país como péssima, 23% acham que está ruim, 21% consideram regular, 7% dizem estar boa e apenas 1% vê como ótima.
O cenário atual --de inflação e desemprego elevados, volta da fome, baixo crescimento previsto para o ano que vem, aperto nos juros e perda de fôlego na recuperação após os piores momentos da pandemia-- parece se refletir no desânimo do brasileiro.
Em 12 meses, até outubro, a inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), avançou 10,67%, e, nesta quarta-feira (8) o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) para 9,25% ao ano.
No caso da percepção de inflação, 73% dos entrevistados pela CNI avaliam que os preços aumentaram, 15% dizem que ficaram iguais e somente 8% veem uma diminuição (enquanto 3% não souberam responder).
Neste contexto, a maioria esmagadora (75%) dos brasileiros se dizem afetados ou muito afetados pelo aumento de preços e 10% avaliam que foram pouco ou nada prejudicados pela inflação.
Além disso, para 54% a inflação ainda deve aumentar, e 74% dizem que tiveram de reduzir gastos para atravessar a situação de aperto na economia.
Medo de perder o emprego volta a aumentar Do ponto de vista do mercado de trabalho, outro dado preocupante: o medo de perder o emprego, que vinha caindo, voltou a crescer, de 52%, em julho, para 61%, em novembro. Para 16% o temor é muito grande, para 24%, ele é grande, e para 21%, é médio. O percentual dos que não têm qualquer receio encolheu de 32% para 21% da população empregada.
Pelos dados mais recentes, a desocupação medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua era de 12,6% no terceiro trimestre.
Ao compararem a situação econômica com a de crises passadas, 49% dos brasileiros acreditam que a crise atual é mais grave e 31% dizem que é tão grave quanto cenários negativos anteriores. Entre os mais otimistas, 14% avaliam como menos grave e 2% acham que o momento atual não é grave. Os que não souberam opinar são 3%.
Olhando para os últimos seis meses, 56% dizem acreditar que a economia piorou e 22% consideram que melhorou. Ao olhar para o futuro, nos próximos seis meses, o sentimento já é dividido: 34% imaginam que a situação irá melhorar, enquanto 32% anteveem uma piora.
Segundo o presidente da CNI, Robson Andrade, a solução para reverter a situação em que o Brasil se encontra passa necessariamente pelo investimento em inovação e pela aprovação de reformas estruturantes que melhorem o ambiente de negócios no país.
O instituto entrevistou presencialmente 2.016 pessoas, com idade a partir de 16 anos, em todos os estados do país entre os dias 18 e 23 de novembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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