terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Como os pecuaristas driblam a escassez de insumos?

 



A principal queixa dos produtores tem sido em relação a escassez e consequente alta de preços dos adubos sólidos, com destaque à ureia e aos pertencentes ao complexo N-P-K
Por:  -Aline Merladete


O ano de 2021 tem sido desafiador para todos os setores da economia devido à pandemia do novo coronavírus, em especial para o agronegócio, setor responsável por alimentar 800 milhões de pessoas em todo o mundo, conforme recente estimativa da Embrapa. A principal queixa dos produtores tem sido em relação a escassez e consequente alta de preços dos adubos sólidos, com destaque à ureia e aos pertencentes ao complexo N-P-K, além dos próprios defensivos agrícolas, principalmente herbicidas e inseticidas. Muitos produtos registraram aumento de 50 a 100%.



“Temos vários fatores atuando nessa conjuntura. Faltam ativos na China, nosso principal fornecedor. O país asiático enfrenta uma grave crise energética e muitas fábricas foram fechadas por pressão ambiental. O frete marítimo também encareceu absurdamente e faltam contêineres para transportar insumos. Também estamos registrando atrasos na entrega das mercadorias, pois rotas antes diretas entre China e Brasil, agora, param na Europa”, relata o engenheiro agrônomo e gerente Nacional de Pecuária da Oro Agri, Ricardo Frugis.


Para os pecuaristas, os desafios têm sido grandes, pois os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina vieram de intensa seca com geada, comprometendo a recuperação das pastagens. Não bastasse, houve aumento da infestação de cigarrinha, especialmente no norte do Mato Grosso e sul do Pará. Uma forma encontrada para acelerar a rebrota dos pastos, aproveitando-se do início de estabilidade das chuvas, tem sido o uso de adubos foliares, que ainda possuem boa oferta no mercado. Os bioestimulantes presentes nestes produtos favorecem o crescimento das folhas e das raízes, otimizando a absorção de nutrientes pelo capim.


Enquanto a adubação de base busca corrigir a fertilidade do solo, principalmente quanto a possíveis carências de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), a adubação foliar procura compensar a deficiência de micronutrientes como Zinco (Zn), Manganês (Mn), Boro (B) e Molibidênio (Mo), elementos essenciais ao desenvolvimento da planta.


“A adubação foliar é uma tecnologia complementar à adubação de base, uma não substitui a outra, mas como o cenário é desfavorável para aquisição de fertilizantes sólidos, o adubo foliar pode ajudar a melhorar a recuperação e a aumentar a produtividade da pastagem enquanto a situação não se normaliza”, aponta o engenheiro agrônomo e gerente Nacional de Pecuária da Oro Agri.


Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) comprovou a eficácia da tecnologia testando quatro diferentes tratamentos durante o período seco: um de controle (sem aplicação de qualquer adubo), um com ureia (110kg/ha) em aplicação única; outro, também com aplicação única, mas que recebeu 2l/ha de adubo foliar com um mix de nutrientes, à base de óleo essencial de casca de laranja (ORO-GRASS™), e um onde foi utilizado tanto ureia (110kg/ha) quanto ORO-GRASS (2l/ha). 


dados assessoria.

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