Hospital tem hoje o menor patamar de internados desde o início da pandemia e vacinação foi o responsável, avalia dr. Lívio Viana
Daiany Albuquerque
O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, instituição referência para o tratamento da Covid-19 no Estado, vive hoje o seu menor patamar de ocupação no setor referente à doença desde os primeiros meses da pandemia.
Segundo o diretor-presidente do hospital, Lívio Viana de Oliveira Leite , os casos com maior gravidade hoje são, em sua maioria, registrado em pessoas que não tomaram todas as doses de vacina contra o coronavírus.
Ontem, apenas 10 pessoas estavam internadas no hospital, das quais três estavam fazendo uso de ventilação mecânica, mas a unidade médica não informou quantos deles estavam intubados e quantos apenas usavam máscara para auxiliar na respiração.
“As pessoas com o esquema vacinal incompleto [com uma ou nenhuma dose] não estão intubando, elas geralmente tem um comprometimento pulmonar pequeno”, declarou o diretor do Regional.
Como exemplo, Leite relatou sobre uma paciente de 60 anos, que é diabética e tem pressão alta, duas comorbidades que juntas fizeram com que muitas pessoas evoluíssem para a forma mais grave da doença.
Entretanto, a idosa já tomou as três doses de vacinas contra a Covid-19 e tem um estado estável, necessitando apenas de auxílio respiratório.
“Ela está na [Unidade de Terapia Intensiva] UTI apenas pelo cuidado intensivo, mas não precisa de intubação, está estável.
Ela está internada mais pela pressão e diabetes que propriamente pela Covid”, alega o diretor.
Das pessoas internadas, três não haviam tomado nenhuma dose de vacina, entre elas, uma criança de 2 anos, que também estava na UTI com suporte para respirar.
O hospital não detalhou a condição da terceira pessoa que está sob cuidados intensivos no Regional, apenas que ela já teria tomado as vacinas.
O hospital informou também que entre os internados há uma gestante, a criança, seis pessoas com comorbidades e duas que dizem não ter outras doenças.
Segundo o médico e diretor-presidente do hospital, apesar de a maioria internado ter tomado as vacinas, isso não indica que elas não seriam eficazes, apenas mostra que a maioria da população já se imunizou.
O fator que mostra essa eficácia é justamente a redução drástica na quantidade de pessoas internada na unidade referência para o tratamento da doença no Estado.
No final de 2020 e até agosto deste ano o hospital viveu uma realidade com mais de 100 pessoas internadas somente na UTI e necessitando de um respirador.
Porém, após a maioria da população ter completado o esquema vacinal esse número caiu para a média de 15 internações em outubro, contando todos os setores.
“Sem dúvida estamos no menor cenário pelo maior tempo, isso desde o começo de outubro. Temos variante entre uma média de 10 a 15 pacientes e não tem outra explicação que não seja a vacina [para essa redução]."
"Desde que atingiu um número grande de imunizados as internações só vem decrescendo e agora estabilizaram em um número baixo”, conta Leite.
O diretor afirmou ainda que acredita que esse número fique estabilizado dessa forma, até que o Estado consiga alcançar a faixa de 90% da população imunizada.
“Os não vacinados vão continuar vindo, é o que imaginamos, mas se chegar no patamar de 90%, acredito que o número deve ter uma reduzida, mas imagino que, infelizmente, a gente tenha um percentual de pessoas que não queriam se vacinar”.
Em Mato Grosso do Sul, segundo dados do boletim epidemiológico divulgado ontem, 48 estavam internadas por Covid-19 em todo o Estado, das quais 22 em leitos clínicos (21 públicos e 1 privado) e 26 em UTIs (25 públicos e 1 privado).
ESTUDO
Este mês, um estudo feito pela Info Tracker, plataforma de dados da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a pedido do UOL, mostrou que oito em cada dez pessoas que morreram de Covid-19 no Brasil não receberam nenhuma dose das vacinas disponíveis no país.
Ainda segundo o estudo, desde março deste ano, quando a segunda dose do imunizante passou a ser aplicada entre os brasileiros, as mortes pela doença despencaram 94%.
No Hospital, a última morte foi registrada em novembro, o mês fechou com 30 óbitos pela doença, menor patamar desde maio de 2020, quando 11 pessoas morreram pela doença. O mês de dezembro já contabiliza 6 mortes.
Com informação do Portal Correio do Estado
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