(Reuters)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira que o Banco Central brasileiro agiu mais rápido do que as autoridades monetárias de outros países no enfrentamento à inflação, o que, para ele, fará com que a inflação brasileira seja controlada mais rapidamente.
A declaração foi feita durante evento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar mais uma elevação na taxa Selic com o objetivo de segurar a alta dos preços no país.
"Eu acho que o nosso Banco Central agiu mais rápido e vamos controlar (a inflação) antes do que a maioria dos países avançados. A inflação será um grande problema para o mundo nos próximos dez anos, e acho que o Brasil está institucionalmente equipado para enfrentá-la mais rapidamente", disse o ministro, em apresentação em inglês.
Guedes voltou a dizer que houve um ciclo de inflação baixa no mundo nas últimas décadas porque bilhões de eurasianos --da China, Índia e Rússia-- saíram da pobreza e ingressaram nos mercados globais de trabalho, o que gerou uma arbitragem nas economias mundiais e impediu um avanço dos níveis de salários.
Para ele, com a redução desse efeito e outras mudanças nos fluxos de capitais, a tendência é de aceleração da inflação no mundo.
Ao ressaltar que economias avançadas já estão observando níveis mais elevados de inflação, Guedes disse que o banco central americano precisará "acordar".
"O Federal Reserve terá que acordar, porque estão dormindo ao volante. Inflação está forte e será duradoura nos Estados Unidos", afirmou.
SEM REFORMA TRIBUTÁRIA
No evento, o ministro ainda disse que a proposta de reforma tributária do governo não deve ser aprovada pelo Legislativo. "Mandamos ao Congresso uma proposta de reforma tributária, não sei se vai para frente, eu não acho que vai, é a política", disse.
A equipe econômica defendia a aprovação da reforma do Imposto de Renda, que cria a taxação sobre dividendos e reduz o imposto cobrado de empresas.
(Por Bernardo Caram)
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