O governo controlado pelo Taliban, no Afeganistão anunciou nesta sexta-feira (3) um decreto que permite as mulheres a consentirem os casamentos e que não deveriam ser consideradas “propriedades” de seus maridos. Embora seja uma conquista de 48.3% da população do país, que são mulheres, não foi mencionado no decreto o acesso à educação ou ao trabalho fora de casa.
O Talibã assumiu o comando do país no dia 15 de agosto deste ano, o líder é pressionado pela comunidade internacional, que mantém a maioria dos fundos para o Afeganistão.
"Uma mulher não é uma propriedade, mas um ser humano nobre e livre; ninguém pode dá-la a ninguém em troca de paz... ou para por fim à animosidade", disse o decreto do grupo islâmico radical divulgado pelo porta-voz Zabihillah Muhajid.
Algumas regras que determinam o casamento e a propriedade para as mulheres foram alteradas, dizendo que não devem ser obrigadas a se casar e que as viúvas devem herdar parcela dos bens do falecido marido.
A justiça deve considerar as regras ao tomar decisões, os ministérios dos Assuntos Religiosos e da Informação precisam defender estes direitos, disse o decreto.
Mas a declaração não fez menção à possibilidade de as mulheres trabalharem, ou terem acesso à educação nem acesso a instalações fora de suas residências, grandes preocupações da comunidade internacional.
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