Dirigentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acompanharam, na noite de segunda-feira (23) e madrugada desta terça (24), no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), ações de controle para evitar a entrada da peste suína africana no Brasil. O aeroporto de Cumbica, como é conhecido, concentra 76% do movimento de passageiros internacionais no país.
De acordo com os dados informados pelo MAPA, a peste suína africana (PSA) é uma doença viral fatal para os suínos, que acomete tanto suínos domésticos como suídeos asselvajados, que vivem soltos na natureza. Ela não afeta humanos, mas pode causar prejuízos em função da mortalidade e dos custos do contingenciamento em casos de surtos e bloqueio nas exportações de produtos cárneos de origem suína. Atualmente, o Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína. Produziu 4,436 milhões de toneladas em 2020 - cerca de 4,54% da produção mundial - e exportou 1.024 mil toneladas - 23% da produção nacional - para 97 países.
No Brasil, a doença foi introduzida em 1978 no estado do Rio de Janeiro, por meio de resíduos contaminados de alimentos provenientes de voos internacionais com origem em países onde a doença estava presente. A última ocorrência de PSA no Brasil foi registrada no estado de Pernambuco, em novembro de 1981, e as medidas aplicadas pelo serviço veterinário oficial brasileiro permitiram a erradicação da doença em todo seu território e a declaração de país livre de PSA em 1984.
Foi solicitado o apoio de cães farejadores para a localização de produtos orgânicos nas bagagens de forma rápida. O Mapa já está providenciando a instalação de pontos de descarte voluntários no desembarque, para que os passageiros que portam produtos orgânicos proibidos possam dispensá-los antes da ação de fiscalização. Outra medida em estudo é o apoio das companhias aéreas na campanha de orientação aos viajantes, a ser lançada, sobre como evitar a entrada da PSA no país por meio de alimentos trazidos nas bagagens.
No período da noite, os secretários do ministério e a superintendente Federal de Agricultura de São Paulo (SFA-SP), Andréa Figueiredo Procópio de Moura acompanharam a fiscalização da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) em voos com passageiros provenientes de área de risco. Nenhum produto suspeito foi localizado na fiscalização, mas em ações anteriores, salames vindos da República Dominicana foram apreendidos.
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