Com investimentos estratégicos no município em obras de infraestrutura nos setores rodoviário e portuário, o Governo do Estado também atende Porto Murtinho com o projeto de recuperação da estrutura do dique de contenção de enchentes que circunda a cidade. Parte do muro de arrimo desabou no dia 28 de outubro do ano passado e a obra emergencial está em fase final de conclusão pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
As obras de recuperação, orçadas em R$ 1,6 milhão, foram iniciadas em junho, com previsão de término em março deste ano. Inicialmente, a Agesul contratou a elaboração do projeto técnico para definir as intervenções emergenciais, que consistem na restauração e reforço da cortina de contenção do dique construído às margens do Rio Paraguai na década de 1980. Os serviços estão na fase de instalação do guarda corpo, calçamento e paisagismo.
“Estamos com 95% da obra executada”, informou Sidney José Carvalho Teixeira, engenheiro da empreiteira Bandeirantes. A segunda etapa do projeto prevê serviços de manutenção do dique, após a recuperação. Essa parte da obra está em fase de elaboração de projeto executivo. “A intervenção do Governo do Estado nos tranquiliza quanto à segurança do dique para conter as enchentes, além da urbanização da área”, diz o prefeito Nelson Cintra.
Cidade ficava alagada
O rompimento do muro, numa extensão de 60 metros, ao lado do sistema de captação de água da Sanesul, ocorreu por conta da força da água, agravado por infiltrações e erosão. Na época do colapso na estrutura, o dique foi vistoriado pela Defesa Civil do Estado e Corpo de Bombeiros. Por determinação do governador Reinaldo Azambuja, a Agesul encomendou o estudo para indicar a melhor técnica de engenharia para solucionar definitivamente o problema.
O dique, construído em 1985 pelo Ministério dos Transportes, tem 9,7 quilômetros de extensão e circunda todo o perímetro urbano de Porto Murtinho, cidade que se ergueu na beira do Rio Paraguai há mais de 100 anos. A cidade pantaneira tem uma particularidade que a diferencia das demais cidades brasileiras: além de se localizar próxima a margem de um rio, encontra-se dentro de uma planície de inundação e de baixa declividade.
A estrutura hidráulica foi uma decisão tomada após a população recusar a proposta de mudança do perímetro urbano para uma área mais distante do rio – cerca de sete quilômetros, local onde era construída a chamada Cidade de Lona para abrigar a população quando as grandes cheias do Rio Paraguai inundaram toda a comunidade. A cidade ficou submersa nas enchentes de 1979 e 1982 e o dique suportou a de 1988, considerada recorde.
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