Por: AGROLINK -Leonardo Gottems
A maioria das plantas com flores dependem de polinizadores como as abelhas para transferir o pólen das anteras masculinas de uma flor para o estigma feminino de outra flor, permitindo a fertilização e a produção de frutos e sementes. A polinização por abelhas, no entanto, envolve um conflito inerente de interesses, porque as abelhas só estão interessadas no pólen como fonte de alimento.
"A abelha e a planta têm alvos diferentes, então as plantas desenvolveram maneiras de otimizar o comportamento das abelhas para maximizar a transferência de pólen entre as flores", explicou Kathleen Kay, professora associada de ecologia e biologia evolutiva da UC Santa Cruz, nos EUA.
Em um estudo publicado em 23 de dezembro na Proceedings of the Royal Society B, a equipe de Kay descreveu uma estratégia de polinização que envolve flores com dois conjuntos distintos de anteras que diferem em cor, tamanho e posição. Darwin ficou intrigado com essas flores, lamentando em uma carta que "ele havia despendido um enorme esforço nelas e ainda não conseguia vislumbrar o significado das partes".
Durante anos, a única explicação apresentada para esse fenômeno, denominado heterantia, foi que um conjunto de anteras se especializou em atrair e alimentar as abelhas, enquanto um conjunto menos conspícuo de anteras as espanou sub-repticiamente com pólen para transferi-lo para outra flor. Esta hipótese de "divisão de trabalho" foi testada em várias espécies e, embora pareça ser aplicável em alguns casos, muitos estudos não foram capazes de confirmá-la.
A hipótese da divisão do trabalho requer que ambos os conjuntos de anteras produzam pólen ao mesmo tempo. Kay disse que decidiu investigar a heterossexualidade depois de observar flores clarkia em um campo e perceber que a explicação não se encaixava. "Eu pude ver algumas flores onde um grupo estava ativo e algumas onde o outro grupo estava ativo, mas nenhuma flor onde ambos estavam ativos ao mesmo tempo", disse ela.
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