Alfândega do aeroporto de Joanesburgo intercetou centenas de milhares de comprimidos de um tratamento parasitário que iria ser vendido como cura para a Covid-19, anunciou a polícia sul-africana.
Agência LUSA
De acordo com um comunicado das forças de segurança sul-africanas, estas apreenderam, ao longo das últimas duas semanas, "comprimidos que se suspeita serem ivermectina" no aeroporto internacional de Joanesburgo, noticiou a agência de notícias France Presse.
Seis suspeitos que viajaram a partir da Índia foram detidos e indiciados por transporte de medicamentos não declarados e importação de medicamentos sem licença.
De acordo com a polícia, os medicamentos apreendidos estão avaliados em seis milhões de rands (cerca de 325 mil euros).
"Os medicamentos não declarados, principalmente sob a forma de comprimidos, foram importados para venda e com a finalidade, alegadamente, de serem utilizados no tratamento da Covid-19", acrescentou a declaração citada pela agência francesa.
Eficácia não comprovada
A ivermectina é um tratamento parasitário, regularmente utilizado contra a sarna, e um dos vários fármacos que desde o início da pandemia de Covid-19, provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, tem sido utilizado para combater os seus efeitos.
A procura por este tratamento aumentou recentemente, embora os cientistas não tenham provas suficientes para promover o fármaco como um tratamento eficaz da Covid-19.
Durante esta semana, a autoridade sul-africana para os medicamentos e produtos de saúde aprovou, de forma provisória, a utilização controlada de ivermectina em seres humanos, revogando uma decisão de dezembro que bloqueava a importação do fármaco.
A ivermectina é utilizada para matar parasitas em animais e humanos e é usada de forma ampla na África subsaariana desde a década de 1990, em particular para tratar a oncocercose (cegueira dos rios).
Ainda que seja maioritariamente usada para fins veterinários na África do Sul, a sua utilização em seres humanos não é proibida.
A África do Sul é o país mais afetado no continente africano, contabilizado mais de 1,4 milhões de casos, incluindo 43.633 mortes, desde o início da pandemia.
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