quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Um ano após obras no Parque das Nações Indígenas, assoreamento retorna a lago

 





                                           Assoreamento no lago menor do Parque das Nações Indígenas é resultado de erosão em Rio da Capital - Álvaro Rezende


Ana Karla Flores


Após um ano e cinco meses do início das obras para o desassoreamento do lago menor do Parque das Nações Indígenas, os bancos de areia retornaram ao local.  


De acordo com o gerente de unidade de conservação do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Leonardo Palma, o problema tem voltado ao local com mais frequência. “Esses lagos são de contenção e retenção, então a gente espera que com o tempo tenha essa areia, mas agora está muito rápido, depois de pronto, de tempos em tempos tem que fazer essa limpeza”, afirma.  


No entanto, de acordo com o superintendente de Serviços da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) e responsável pela obra de desassoreamento do município, Mehdi Talayeh, o retorno desses sedimentos pode ser devido a demora para o início das obras do Governo do Estado no local, realizadas em 2019.  


“A parte do município que foi o desassoreamento, já terminamos. Ficou para o estado fazer as recuperações dos gabiões e a revitalização. Após nosso desassoreamento demoraram um pouco pra iniciar as obras. Nesse meio tempo entendo eu, que desceu mais areia”, explica.


Segundo Palma, o lago menor recebe sedimentos tanto do Córrego Prosa quanto do Córrego Reveillon, cujo encontro acontece no local. Os sedimentos do primeiro são resultado de uma erosão que atinge a cabeceira do rio Joaquim Português, que junto ao córrego Desbarrancado, formam o Prosa.  


Palma ressalta ainda que os lagos do Parque foram feitos justamente para a retenção desses sedimentos, a fim de evitar enchentes e alagamentos na região. “Eles são para isso, para evitar enchente e outros problemas. Por isso não tem uso de pedalinho e esse tipo de atividades no lago”, frisa.  


Obras na nascente


De acordo com Palma, o governo estadual assinou licitação para obra de pavimentação, drenagem, recuperação e controle da erosão na nascente do córrego Joaquim Portugues, localizado na Parque do Prosa. A intervenção vai ter um custo aos cofres públicos de R$ 4.765.224 milhões.  


Segundo o gerente, as obras devem iniciar após o período de chuva e com prazo de até seis meses para conclusão. “Agora temos que esperar essa época de chuva. No final dessa, vamos fazer essa obra no [lago] menor de novo. Não seria prudente fazer neste período de chuva, porque seria até um dinheiro jogado fora. Se eles assinarem agora, vão ampliar o prazo”, explica.  


Palma pontua que para limpar o lago de contenção do parque é preciso primeiro finalizar as obras na nascentes. “Como esse lago é justamente para receber essa areia, se não resolvermos o problema da erosão primeiro, a areia vai retornar em pouco tempo após a limpeza”, frisa.  


Desassoreamento


Em junho de 2019, foram iniciadas obras para impedir que sedimentos continuem sendo carregados ao local e ações de desassoreamento nos dois lagos.  


As intervenções foram realizadas pelo Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Campo Grande. No projeto estavam previstas a construção de um piscinão no córrego Reveillon, as obras de controle de erosão e a recomposição vegetal das margens do córrego Joaquim Português, além da implantação de uma comporta de regulação do nível do lago.  


A primeira obra realizada no Parque foi a retirada de 135 mil metros cúbicos de areia do lago maior, feitas em 12.500 viagens de caminhão para o local de descarte, no Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (Cetremi), no Parque dos Poderes. No lago menor, onde já é possível ver os bancos de areia novamente, foram retirados 15.474 metros cúbicos de sedimentos.


Em 2019, o lago maior foi esvaziado para a manutenção do local, como a construção de decks e a reforma dos gabiões, estrutura responsável pela drenagem da areia. No período, o governo anunciou que seria necessário esvaziar novamente. Palma detalha que o lago foi enchido de novo no dia 26 de outubro, com o fim das obras nos gabiões que estavam com infiltração.  


O gerente afirma que para finalizar todas as obras feitas no Parque das Nações Indígenas faltam a plantação de gramas que faltam no local e concluir um reforçamento da ponte, que deve ser concluído até o início do próximo ano. 

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