domingo, 15 de novembro de 2020

Presidente interino do Peru renuncia após uma semana no cargo

 

G1


O presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou ao cargo neste domingo, dia 15 de novembro, o seu quinto dia no poder.


Ele enfrentava uma onda de protestos que pediam a sua saída. Nesses atos, duas pessoas morreram. Também houve pessoas feridas (leia mais abaixo).


"Quero tornar público para todo país que apresento minha renúncia irrevogável", declarou Merino em uma mensagem transmitida pela televisão, o que deu início a uma celebração imediata nas ruas de Lima.


O Congresso deve agora nomear um novo presidente que consiga pacificar o país.


O escolhido será o terceiro presidente em menos de uma semana, em um país duramente atingido pela pandemia do coronavírus e pela recessão econômica. O Peru mergulhou em uma crise política quando o Congresso removeu o presidente popular Martín Vizcarra em um julgamento a jato na segunda-feira.


Merino disse que, para que não haja "vácuo de poder", os 18 ministros que ele empossou na quinta-feira permanecerão no cargo temporariamente, embora praticamente todos tenham renunciado após a repressão aos manifestantes no sábado.


Congressistas contra Merino


O atual líder do Congresso, Luis Valez, já havia dito neste domingo (15) que os líderes haviam concordado em pedir a renúncia imediata de Merino.


Duas pessoas morreram no sábado durante a repressão a protestos contra a presidência de Merino.


O coordenador nacional de direitos humanos do Peru disse que 102 pessoas ficaram feridas e pelo menos 41 estão desaparecidas. O Ministério da Saúde informou que 63 pessoas foram hospitalizadas após sofrerem ferimentos ou inalar gás lacrimogêneo. Pelo menos nove tiveram ferimentos a bala, disseram as autoridades.


A saída de Vizcarra


No dia 9 de novembro, Martín Vizcarra deixou formalmente o governo após o Congresso aprovar um impeachment por "incapacidade moral". O ex-presidente foi derrubado acusado de receber propinas quando era governador em 2014, o que ele nega.


Dos 130 parlamentares, 105 votaram pelo impeachment.


A decisão aconteceu poucos meses antes das eleições presidenciais, marcadas para abril de 2021, e gerou grande descontentamento popular.


Desde então, peruanos fizeram marchas e atos políticos nas ruas para protestar contra a destituição de Vizcarra. No sábado, os manifestantes lotaram as praças no centro de Lima.


Nem todos os manifestantes são apoiadores de Vizcarra, de acordo com uma reportagem da BBC. A maioria se opõe à medida que o Congresso tomou contra o ex-presidente


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