sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Trabalhadores do transporte só decidem na segunda-feira se interromperão as atividades

                                         Foto;- Valdenir Rezende
Marcos Pierry, Rodrigo Almeida


O impasse instaurado no transporte público municipal de Campo Grande, após o anúncio de demissões em massa no setor, só deverá ter um novo capítulo na próxima segunda-feira, 10/08. A assembleia dos trabalhadores prevista para sexta-feira, 07/08, de manhã cedo, foi suspensa pelo sindicato da categoria no fim da tarde de ontem, a pedido do Ministério Público do Trabalho.

Depois da reunião dessa quinta-feira, o MP convocou os rodoviários e a direção do Consórcio Guaicurus para uma nova audiência, marcada para hoje às 16 horas, e pediu ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo que retomasse as atividades normalmente nesta sexta-feira, deixando a assembleia para o início da próxima semana.

Se não houver uma “solução para as demissões e rescisões”, durante a audiência, os trabalhadores votarão o indicativo de greve na manhã de segunda-feira. Se os trabalhadores votarem a favor, a categoria terá até 72 horas após a decisão para o anúncio formal.

Seja como for, a notícia de que 300 funcionários do Consórcio Guaicurus teriam sido demitidos nesta quinta-feira levantou dúvidas com relação à prestação do serviço na Capital.


Como justificativa para os cortes, Rezende cita a crise resultante do novo coronavírus e os números do consórcio. Ele afirma que a concessionária está “trabalhando com excesso de oferta”. A queda da demanda no contexto de pandemia pode ser explicado pelo alto risco de contágio por Covid-19 no transporte público. O diretor declarou que “não tem como evitar [as demissões]. Talvez tenhamos que contratar, depois que a crise passar. Se a demanda é baixa e a oferta alta, é necessário que o mercado se adéqüe”, justifica.

Para Janine Lima Bruno, presidente da Agência Municipal de Transportes (Agetran), os números de passageiros explicam os reflexos no trabalho do setor. “Ano passado tínhamos entre 180 e 200 mil pagantes, hoje são cerca de 68 mil. A frota trabalha em torno de 70% da capacidade e a demanda é entre 35 e 45%”.

Em resposta ao Correio do Estado, a prefeitura disse que está observando com preocupação a situação e “que o transporte público é um serviço essencial e não pode ser paralisado”. A Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) “está em contato com o jurídico do Consórcio”, que estaria pensando em entrar com recuperação judicial.

(Colaborou Gabrielle Tavares)

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