sábado, 1 de agosto de 2020

Autoridades pedem 'socorro' ao governo para frear a Covid-19 em Campo Grande

Pedido por mais protagonismo do governo de MS ocorre no dia seguinte ao decreto da prefeitura, que libera comércio em geral

Daiany Albuquerque, Eduardo Miranda

A repercussão negativa entre os profissionais da saúde e de parte da população sobre o decreto do prefeito Marcos Trad (PSD), anunciado ao lado de representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) gerou uma reunião do conselho responsável pela estratégia de combate à Covid-19 em Mato Grosso do Sul, no fim da tarde desta sexta-feira.

Entre os assuntos que estiveram na pauta, o Correio do Estado apurou que há um ofício assinado por várias autoridades pedindo um maior protagonismo do governo do Estado nas ações de combate à Covid-19 em Campo Grande, e também a cobrança para, pelo menos, reverter parte das medidas do decreto do prefeito Marcos Trad nesta quinta-feira, que liberou todas as atividades comerciais consideradas não essenciais, e também shoppings e restaurantes neste sábado e domingo, ao contrário do que ocorreu nos dois últimos finais de semana.

HOSPITAIS LOTADOS

Nesta sexta-feira (31), Campo Grande está com uma ocupação global de leitos de 90,3%, com praticamente todos os hospitais, públicos e privados, no limite da capacidade.

Uma autoridade consultada pelo Correio do Estado na condição de anonimato, informou que a preocupação é grande, e argumentou que se não fosse o aumento de quase 100 leitos em 15 dias, a cidade já teria pessoas (suspeitas de Covid-19) morrendo sem atendimento hospitalar.

A taxa de contágio da cidade é de 1,4, a segunda maior entre as capitais brasileiras (nesta semana, estava atrás apenas de Porto Alegre, que era de 1,6).

Nesta sexta-feira (31) Campo Grande teve mais 231 casos confirmados, chegou a 9.881 infecções por coronavírus, e registrou mais 9 óbitos.

Já são 129 fatalidades nesta pandemia na Capital, 121 destas mortes, somente neste mês de julho: no dia 30 de junho, eram oito vítimas.

REUNIÃO DE EMERGÊNCIA

O Correio do Estado apurou que, por causa das cobranças não somente das autoridades de saúde, mas de autoridades ligadas a outros setores da estrutura pública, como Defensoria, Ministério Público, e também de setores do governo, pode ser que haja reversão de algumas medidas.

Nesta sexta-feira, o governo de Mato Grosso do Sul, utilizando critérios objetivos da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), o braço da Organização Mundial de Saúde nas Américas, classificou as cidades de Campo Grande, Aquidauana e Miranda com a cor preta, de risco extremo, em que a disseminação do coronavírus só é mantida por meio de um lockdown. O decreto desta quinta-feira (30), do prefeito Marcos Trad (PSD), foi na contramão da nova recomendação.

Nesta sexta-feira (30), o prefeito não promoveu a transmissão ao vivo diária (live) em suas redes sociais. O Correio do Estado tentou contato com todos os representantes das associações de comerciantes, mas todos estavam “em reunião”.

Com informação do Portal Correio do Estado

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