quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Uso de imóveis para quitar débitos pode dinamizar mercado

Projeto de lei deve movimentar bens travados por dívida ativa

Jornal Correio do Estado

Uso de imóveis na quitação de débitos com o Fisco municipal, conforme prevê projeto de lei encaminhado à Câmara Municipal pela prefeitura neste mês, pode ajudar a dinamizar o mercado imobiliário da Capital, ao “destravar” bens que hoje não são negociados por causa da existência da dívida ativa.

A avaliação é de instituições do setor ouvidas pelo Correio do Estado, que consideram a iniciativa positiva, desde que estejam bem claras as regras de avaliação e haja análise criteriosa por parte do contribuinte interessado na modalidade. De acordo com mensagem encaminhada ao Legislativo municipal pelo prefeito Marco Trad (PSD), o mecanismo de “dação em pagamento” só será adotado “caso o município tenha interesse no bem imóvel apresentado, respeitando-se sempre o interesse público”.

Para o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi/MS), Marcos Augusto Netto, a dação em pagamento – já prevista no Código Tributário nacional e com aplicação prática a cargo de cada município e unidade da federação, por meio de legislação própria – pode ser uma alternativa a mais para a prefeitura de Campo Grande tentar receber a dívida do contribuinte. “Simplifica para o contribuinte, mas, ao mesmo tempo, é o município que dá a palavra final sobre o pagamento da dívida com o imóvel. O resultado é que deixa uma margem de manobra tanto para o município quanto para o contribuinte”, considerou.

Ainda segundo o dirigente do Secovi, “a medida pode ser uma alternativa para não atrapalhar o fluxo de caixa do contribuinte que tem a dívida e o imóvel, mas não o dinheiro disponível. No entanto, a orientação é analisar bem as despesas relacionadas. Somente as taxas de escritura, ITBI [Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis] e registro oneram o imóvel em pelo menos mais 5%”, destacou.

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