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quarta-feira, 26 de setembro de 2018
Juros do rotativo só devem cair após criação do crediário no cartão, diz Abecs
FolhaPress
As taxas de juros do rotativo do cartão de crédito não devem cair do patamar atual sem que o crediário do cartão de crédito proposto pelos bancos entre em vigor, afirmou o presidente da Abecs (associação do setor de cartões), Fernando Chacon.
Hoje, a taxa média do rotativo está ao redor de 10% ao mês, uma das linhas mais caras do sistema financeiro, ao lado do cheque especial.
O projeto-piloto do crediário será lançado em novembro, com a expectativa de que entre em vigor no primeiro trimestre de 2019.
No começo, participam as principais bandeiras (Amex, Elo, Master e Visa), os bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander, além das maquininhas Cielo, Getnet e Rede.
Chacon repetiu que o crediário do cartão não deve matar as compras parceladas no cartão de crédito pelo sistema atual, um esforço que os grandes bancos têm feito para evitar a resistência da população para o parcelamento com juros.
Os brasileiros gastaram R$ 450 bilhões em cartão de crédito no primeiro semestre deste ano, alta de 14% na comparação com igual período de 2017.
O volume de operações a débito somaram R$ 264,4 bilhões, crescimento de 12,3%, enquanto os pagamentos com cartão pré-pago tiveram expansão de 62,3%, para R$ 4,6 bilhões.
Fernando Chacon, presidente da Abecs e executivo do Itaú, diz que o crescimento dos cartões pré-pago reflete a expansão das contas de pagamento (contas bancárias de funcionamento mais simples).
Foram realizados 8,8 bilhões de pagamentos com cartões no semestre, crescimento de 15% ante o primeiro semestre de 2017.
Chacon diz que o crescimento no número de operações acima do valor gasto mostra que as pessoas estão usando cartões em pagamentos menores do dia a dia.
Segundo a Abecs, os cartões representam 34% do consumo das famílias. A associação espera crescer para 60% do consumo em quatro anos.
O objetivo, diz Chacon, é reduzir os custos com inadimplência do cheque e com transporte e segurança de dinheiro em espécie.
"É uma oportunidade de evitar que se encontre apartamentos com R$ 51 milhões", disse o executivo, em referência ao imóvel atribuído ao ex-ministro de Michel Temer, Geddel Vieira Lima.
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