sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Golpistas espalham notícia falsa sobre PF

Portal Correio do Estado    Foto:Alvaro Rezende





Estelionatários investigados pela Polícia Federal durante a Operação Ouro de Ofir, deflagrada na terça-feira, continuam a agir. Com a prisão dos líderes do esquema de fraudes financeiras em Campo Grande, corretores e até mesmo pastores envolvidos compartilham, em redes sociais e grupos de WhatsApp, o print de notícia falsa publicada em um site de Mato Grosso do Sul. O objetivo é descredibilizar as ações da PF e aliciar mais investidores para aplicações em um fundo que promete lucro exorbitantes, a partir da repatriação de recursos de uma mina de ouro.

De acordo com a PF, foi instaurado inquérito para apurar a autoria de uma foto atribuindo à instituição uma falsa confissão de que teria errado ao desencadear a operação e prender seu principal alvo, Celso Eder de Araújo, gerente da empresa Company Consultoria Empresarial Eirelli, localizada no Bairro Santo Antônio. Com o título “Polícia Federal admite erros em Operação Ouro de Ofir, Celso Eder Araújo mostra valores que serão pagos a partir de hoje a investidores”, a falso print não mostra detalhes de texto de qualquer reportagem, apenas a manchete.

A imagem permitiu que os estelionatários mantivessem seus golpes e fizessem outras vítimas, com propostas de elevadíssimo retorno financeiro resultante de investimentos irrisórios e histórias fantasiosas. O jornal se posicionou dizendo que não produziu tal conteúdo e que o caso se trata de ‘Fake News’, termo em inglês para notícias falsas.

Também existem áudios com objetivo de gerar confusão às vítimas para que não denunciem e, em alguns casos, aportem mais recursos para enriquecimento dos criminosos, como restou provado pelas buscas e apreensões realizadas. Os responsáveis pela disseminação de tais arquivos também serão investigados.

OPERAÇÃO

A Operação Ouro de Ofir foi deflagrada pela PF na terça-feira, em Campo Grande, Terenos, Brasília (DF) e Goiânia. A organização criminosa se valia da falsa redistribuição de comissões das vendas de uma mina de ouro explorada há décadas, para induzir investimentos em dinheiro, oferecendo lucros exorbitantes de até 1.000 %. O esquema era coordenado por Celso, Sidney Anjos Peró e Anderson Flores. Os três foram presos e há outros investigados, inclusive, um foragido.


O esquema movimentou cifras milionárias, se pautando na crença das pessoas de que estavam colocando suas finanças sob a tutela de uma empresa responsável. O grupo usava a história da mina para atrair a atenção das vítimas e, para convencê-las a investir, apresentavam documentos falsos, certidões com títulos rebuscados e autenticados, como forma de demonstrar credibilidade. A possibilidade de lucro era exorbitante. Quem investia R$ 1 mil, poderia receber até R$ 1 milhão. O problema é que nenhum dos investidores tiveram retorno. Os golpistas apresentavam diversos imprevistos e sempre “agendavam para a semana que vem” o pagamento.

Estima-se que 25 mil pessoas em todo o país tenham sido induzidas a aplicar finanças em um projeto cujos contratos não têm lastro jurídico plausível (os nomes eram Operação SAP e AuMETAL). Os investidores são induzidos a depositar quantias para ter uma lucratividade de mais de 1.000% (algo desproporcional e insustentável financeiramente).

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