quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Deputados questionam terceirização da gestão do Hospital Regional de MS

                                         Foto:Divulgação


A pedido de servidores do Hospital Rosa Maria Pedrossian e do Conselho Estadual de Saúde, o deputado Pedro Kemp (PT) subiu à tribuna para iniciar o debate sobre a possível terceirização da gestão da unidade de saúde que hoje é gerida pelo Estado.

Segundo o deputado, a troca de gestão gera preocupação, desde a transparência do investimento dos recursos públicos, até a forma como os funcionários serão tratados.

“Uma empresa privada visa ao lucro e, às vezes, isso não condiz com os interesses que precisa ter um hospital como o Regional, que tem sua relevância social indiscutível. Hoje não sabemos de nenhum hospital público administrado por empresa privada que tenha serviço adequado. Há casos de superfaturamento, falta de medicamentos e materiais, temos um em Ponta Porã que não deu certo e hoje os servidores estão aqui não como inimigos, mas por amor à causa”, afirmou o deputado.

Kemp relatou que o secretário de Saúde, Geraldo Resende, afirmou que há um custo de R$ 30 milhões ao Regional e que, supostamente, há boicote por parte dos funcionários.

“Se há denúncias, em vez de acusar ele deve averiguar e resolver e não entregar milhões do dinheiro público nas mãos de uma empresa privada”, criticou. Neno Razuk (PTB) concordou. “Também sou contra a terceirização, inclusive o secretário deveria sim investigar e não questionar. O Estado tem que dar conta”, falou.

Para o deputado Zé Teixeira (DEM) é preciso uma reforma no sistema de saúde.

“Estamos falando de um SUS falido, isso é crucial. Não pode permanecer assim e vimos que a terceirização em Ponta Porã não deu certo com uma empresa que já tinha um histórico duvidoso, mas também não vejo hospital público nenhum no país que seja autossustentável. Além disso, é preciso respeitar o funcionário”, considerou.

Evander Vendramini (PP) disse que em Corumbá a situação é a mesma. “O repasse de recursos ao hospital de lá é em média R$ 350 mil, muito aquém do que precisa para atender toda a região. O Estado precisa assumir a responsabilidade e não terceirizar e gastar dez vezes mais sem serviço de excelência”, ressaltou.

Onevan de Matos (PSDB) quer transparência. “A gestão da Saúde precisa ser responsável e ter decisão. Nada de cada um 'tirar o corpo'. Tem que assumir compromisso e agir com transparência”, ponderou. Coronel David (PSL) também fez uso da palavra para concordar com Kemp e os demais deputados, de que estão juntos na luta por melhores serviços na Saúde Pública.

Reunião

Após a sessão, o presidente da Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis, deputado Antônio Vaz (PRB) e o deputado Pedro Kemp receberam os servidores do Hospital Regional e membros do Conselho de Saúde na sala da presidência para colher todas as reivindicações.

“Sempre falamos na tribuna sobre a precariedade da Saúde no Estado. Vamos agora pedir a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Saúde para acompanhar de perto essas questões e ainda apresentar um requerimento para a realização de uma audiência pública para trazer representantes de todos os lados e debater o que pode ser feito”, confirmou Vaz.

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