terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Militares auxiliam vítimas de inundações na Ásia, que deixam mais de mil mortos

 

                                            Willy Kurniawan /Reuters



  • Chuvas, enxurradas e deslizamentos de terra devastaram regiões na Indonésia, Malásia, Sri Lanka e Tailândia

  • Centenas ainda estão desaparecidos, e autoridades enfrentam dificuldades para enviar ajuda para áreas isoladas



Sri Lanka e Indonésia mobilizaram mais tropas nesta segunda-feira (1º) para socorrer vítimas das inundações que já deixaram mais de mil mortos e centenas de desaparecidos no sul e sudeste da Ásia nos últimos dias.


Uma combinação de fenômenos meteorológicos provocou chuvas torrenciais prolongadas na semana passada no Sri Lanka, em partes da ilha indonésia de Sumatra, no sul da Tailândia e no norte da Malásia.


Em Sumatra, o balanço de vítimas subiu nesta segunda para 593 mortos e 468 desaparecidos, anunciou a agência de gestão de desastres.


Trata-se do pior desastre natural no país desde 2018, quando um terremoto seguido de tsunami matou mais de 2 mil pessoas.


O presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, enfrenta pressão crescente para declarar estado de emergência diante da catástrofe e afirmou em Sumatra do Norte que a prioridade é acelerar o envio de ajuda.


"Há várias aldeias isoladas que, com a ajuda de Deus, conseguiremos alcançar", disse. O governo mobilizou helicópteros, aviões, navios militares e dois barcos hospitais para as áreas mais atingidas, em que muitas estradas permanecem intransitáveis.


"A água chegava até o meu pescoço", contou à agência de notícias AFP Misbahul Munir, 28, morador de Aceh Norte, na ponta norte de Sumatra.


"A água subiu quase dois metros. Todos os móveis estão danificados. Tenho apenas a roupa que estou vestindo", acrescentou, sem conter o choro. Para as pessoas refugiadas em abrigos, "as condições são preocupantes. Há mulheres grávidas e crianças pequenas", disse.


Zamzami, 33, descreveu a chegada das águas "como uma onda de tsunami imparável". "É difícil descrever quanta água havia, foi algo realmente impressionante."


No Sri Lanka, o governo declarou estado de emergência, pediu ajuda internacional e enviou helicópteros militares para alcançar comunidades isoladas por inundações e deslizamentos.


Ao menos 340 pessoas morreram, segundo a agência nacional de gestão de desastres. As chuvas cessaram em Colombo na segunda-feira, aumentando a esperança de que o nível da água diminua.


No distrito de Ma Oya, ao norte da capital, moradores tentavam limpar casas após a enchente.

"O nível da água baixou, mas a casa está cheia de lama", disse o morador Hasitha Wijewardena à imprensa local.


As autoridades anunciaram que ainda estão avaliando a dimensão dos danos no centro do país, a área mais afetada, enquanto as equipes de emergência tentavam liberar as estradas bloqueadas.


O presidente do Sri Lanka, Anura Kumara Dissanayake, que declarou estado de emergência, prometeu reconstruir as áreas devastadas.


"Estamos enfrentando o maior e mais difícil desastre natural da nossa história", disse em mensagem ao país. "Sem dúvida construiremos um país melhor do que o que existia antes".


As perdas e os danos são os mais graves no Sri Lanka desde o tsunami de 2004, que matou quase 31 mil pessoas e deixou mais de um milhão de desabrigados.


Helicópteros militares foram enviados para resgatar os moradores isolados e transportar alimentos, mas um aparelho caiu no domingo (30) ao norte de Colombo.


Selvi, 46, uma moradora do subúrbio da capital Wennawatte, contou que abandonou sua casa inundada no domingo com quatro sacolas de roupas e outros pertences. "Minha casa está completamente inundada. Não sei para onde ir, mas espero encontrar um abrigo para onde possa levar minha família", disse à AFP.


No sul da Tailândia, as enchentes mataram 176 pessoas, informaram as autoridades nesta segunda, em um dos fenômenos climáticos mais letais no país em uma década.


O governo enviou ajuda, mas a população criticou a resposta às inundações. Dois funcionários governamentais foram suspensos pelo que foi classificado de resposta inadequada.


Na Malásia, duas pessoas morreram no estado de Perlis durante as enchentes.


Grande parte da Ásia enfrenta a temporada anual de monções, marcada por chuvas intensas, deslizamentos e enchentes. Mas as inundações recentes foram agravadas por uma rara tempestade tropical, que despejou grandes volumes de chuva especialmente em Sumatra.


O aquecimento global aumenta a intensidade das tempestades e a quantidade de chuva, já que uma atmosfera mais quente retém mais umidade.


 AFP

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