terça-feira, 23 de dezembro de 2025

2º dia: Funcionários da Santa Casa mantém paralisação e médicos decidem entrar na justiça

 

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Enfermeiros, técnicos e administrativos mantém paralisação nesta terça-feira. Já os médicos PJ rejeitam greve e acionam a Justiça para garantir pagamento dos valores de 6 meses atrasados.


Os enfermeiros, técnicos de enfermagem e funcionários administrativos da Santa Casa de Campo Grande retomaram, nesta terça-feira (23/12), o segundo dia de paralisação em protesto contra o atraso no pagamento do 13º salário.


A mobilização começou às 6h30, em frente ao hospital, e cobra o pagamento integral do benefício, após a categoria rejeitar a proposta de parcelamento em três vezes feita pela administração da instituição.


A direção da Santa Casa afirma que não tem recursos em caixa e aguarda apoio financeiro do governo estadual. No entanto, o governo de Mato Grosso do Sul informou que os repasses contratuais estão em dia.


Diante desse cenário, o hospital tenta viabilizar novo empréstimo. Atualmente, a Santa Casa paga cerca de R$ 6 milhões por mês em financiamentos contratados em anos anteriores para manter as atividades.


O valor total devido aos trabalhadores chega a cerca de R$ 14 milhões. Caso o pagamento não seja realizado, o sindicato dos funcionários promete convocar nova assembleia para discutir uma possível greve geral.


Médicos mantêm atendimentos, mas cobram pagamento na Justiça


Os médicos da Santa Casa decidiram, em assembleia realizada na noite de segunda-feira (22/12), não aderir à paralisação para não comprometer o atendimento à população.


Apesar disso, a categoria enfrenta uma grave situação financeira: os profissionais contratados como pessoa jurídica (PJ) estão há seis meses sem receber pelos serviços prestados.


De acordo com o presidente do Simmed, Marcelo Santana, a categoria rejeitou a proposta de parcelamento do 13º salário e vai acionar a Justiça para cobrar tanto o benefício quanto os valores atrasados. “Decidimos manter os serviços porque sabemos da importância do nosso trabalho para o atendimento público, mas vamos adotar medidas legais para garantir nossos direitos”, afirmou.


Reflexos no hospital


A paralisação, iniciada na segunda-feira (22/12), mobilizou cerca de mil funcionários e afetou parte dos serviços administrativos e de apoio.


Segundo os sindicatos, 30% do efetivo aderiu ao movimento, enquanto 70% permanece em atividade, percentual acima do mínimo exigido por lei, para evitar desassistência aos pacientes.


Durante o protesto, os trabalhadores exibiram cartazes e entoaram palavras de ordem cobrando o pagamento do 13º e criticando a gestão financeira da instituição.



Mudança nas visitas


Devido à paralisação, a Santa Casa alterou o sistema de visitas aos pacientes. A partir desta semana, cada paciente poderá receber apenas um familiar por dia, exclusivamente às 11h da manhã.


Não há visitas nos períodos da tarde e da noite, e o acesso se restringe à entrada de vidro do térreo.


Pacientes internados em UTI e enfermarias seguem com visitas no novo horário, enquanto os da área de trauma devem receber familiares somente pela entrada específica do setor.


A crise financeira da Santa Casa, responsável por grande parte dos atendimentos do SUS em Mato Grosso do Sul, continua sem solução à vista e afeta diretamente trabalhadores e pacientes.

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