sexta-feira, 7 de novembro de 2025

‘Não vamos parar’, diz SenadoraTereza Cristina sobre nova fase da CPMI do INSS”

 

                                             Foto: Andressa Anholete/Agência Senado


"Nós não vamos parar; vamos ouvir todos os citados e levar a investigação até o fim", prometeu Tereza Cristina (PP-MS), que integra a CPMI.

A CPMI do INSS ouviu nesta quinta-feira o ex-ministro do Trabalho e da Previdência Onyx Lorenzoni, que confirmou ter recebido R$ 60 mil do empresário Felipe Macedo Gomes para sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul em 2022. Ele negou qualquer relação indevida com o empresário durante o período em que foi ministro.


“Nunca pedi dinheiro para bandido”, afirmou Onyx, destacando que suas contas eleitorais foram aprovadas.


A comissão, presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG) e relatada pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL), decidiu ouvir todos os ex-ministros da Previdência e ex-diretores do INSS desde 2015.


Na mesma semana, o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, foi preso em flagrante por falso testemunho após depor à CPMI.


A senadora Tereza Cristina (PP-MS), integrante da comissão, afirmou que o colegiado seguirá com as investigações “até o fim” e que todos os citados serão ouvidos.


Próximos depoimentos


A última reunião da CPMI está marcada para 4 de dezembro, e pelo menos oito novos depoimentos foram agendados.

Na segunda-feira (10/11), será ouvido Igor Dias Delecrode, ex-presidente da Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (Aasap), investigado por movimentações irregulares de recursos obtidos via descontos indevidos.


Outros depoimentos confirmados incluem:


13/11 – André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor do INSS;


17/11 – Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador de Benefícios;


18/11 – Cecília Rodrigues Mota, apontada como presidente de fachada de associações;


24/11 – Danilo Berndt Trento e Vinícius Ramos da Cruz, ligados a fraudes em aposentadorias;


27/11 – Mauro Palombo Concílio, contador de empresas suspeitas;


1º/12 – Wolney Queiroz, ministro da Previdência;


4/12 – Aristides Veras dos Santos, presidente da Contag.


Prisões e quebras de sigilo


A CPMI aprovou pedidos de prisão preventiva contra quatro pessoas: o economista Rubens Oliveira Costa, o empresário Felipe Macedo Gomes, o dirigente do Instituto Terra e Trabalho (ITT) Vinícius Ramos da Cruz, e Silas da Costa Vaz, secretário da Conafer.

A comissão também autorizou a retenção de passaportes e o envio de 130 relatórios financeiros do Coaf, com dados bancários e fiscais dos investigados.


Outras frentes de apuração


O colegiado ainda solicitará à Controladoria-Geral da União (CGU) informações sobre acordos de crédito consignado firmados entre bancos e o INSS.

Segundo o presidente Carlos Viana, a CPMI entra agora na fase de identificar o núcleo político das fraudes.


“Já temos o núcleo criminoso operativo. Agora queremos saber quem deu sustentação política para que essas pessoas roubassem os aposentados”, afirmou.

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