A possibilidade de o apresentador de televisão José Luiz Datena (PDT) finalmente confirmar o interesse de disputar as eleições municipais do próximo ano em São Paulo (SP), como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Tabata Amaral (PSB), animou defensores da possibilidade de criação de uma federação partidária com as duas legendas já para o pleito de 2024.
Em março deste ano, a executiva nacional do PSB chegou a aprovar a proposta de formação de uma federação partidária com o PDT e o Solidariedade, autorizando oficialmente o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, a conduzir as negociações para as disputas de 2024 e 2026.
No entanto, as conversas esfriaram depois que esbarraram em disputas localizadas em, pelo menos, quatro estados, pois existia o temor de que uma das três legendas fosse “engolida” pelas demais, perdendo espaços nas eleições de 2024.
No entanto, com a aproximação de Datena e Tabata Amaral a chama foi acesa novamente e, em Campo Grande, poderia provocar o surgimento da seguinte chapa: deputado estadual Lucas de Lima (PDT) e vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, o primeiro como candidato a prefeito e o segundo como vice, ou vice-versa.
MUITO PRÓXIMOS
Os dois parlamentares são muito próximos e, no mês passado, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlão, recebeu o deputado estadual Lucas de Lima e, na pauta da reunião, os dois falaram de projetos para o desenvolvimento social da Capital e as pretensões eleitorais para 2024.
Carlão agradeceu a visita do amigo parlamentar e reforçou que a Casa de Leis está de portas abertas para receber o deputado e formar parcerias em favor da Capital. “Somos amigos de longa data, fomos vereadores juntos e temos em comum o trabalho social. Priorizamos pessoas e gostamos de andar nos bairros porque viemos da periferia”, disse Carlão.
O Correio do Estado procurou o presidente estadual do PSB em Mato Grosso do Sul, o ex-deputado estadual Paulo Duarte, para comentar essa possibilidade, e ele disse que seria muito interessante, mas não haveria tempo hábil para criar essa federação, mesmo com a legislação eleitoral permitindo.
“Na verdade, a Tabata Amaral e o Datena têm conversado sobre isso há muito tempo. Inclusive, eu estive em uma reunião em Brasília [DF], no mês passado, do diretório nacional com os presidentes estaduais, e esse assunto foi citado. Mas o que está se discutindo em São Paulo é uma coligação do PSB com o PDT”, argumentou.
Ele completou que a federação, embora possa ser formada até seis meses antes de uma eleição, ficaria muito difícil de ser construída. “Acredito que a executiva nacional até já descartou para o ano que vem. Há muita discussão e muitas questões regionais envolvidas. Agora, se acontecer essa coligação em São Paulo, acredito que abre o caminho para 2025, valendo para as eleições de 2026”, ponderou.
A reportagem também ouviu o vereador Carlão, que disse que seria muito interessante essa possibilidade. “Essa dobradinha seria excelente. Porém, acredito que federação entre o PSB e o PDT só a partir das eleições de 2026. Eu já falei com o presidente nacional do nosso partido e, para as eleições de 2024, ficaria muito em cima”, opinou.
Para o vereador, o mais importante é que o deputado estadual Lucas de Lima é candidato a prefeito de Campo Grande pelo PDT, e ele, pelo PSB. “O PSB pode até fazer uma dobradinha com o PDT, mas seria em forma de coligação. Porém, a gente só vai discutir isso mais lá na frente. Vamos tentar falar com o presidente estadual do partido, mas a partir de fevereiro ou março de 2024, por enquanto, a gente vai ficar só ouvindo”, brincou.
O Correio do Estado ouviu o deputado estadual Lucas de Lima, que também considera complicada a criação da federação em 2024.
“Também acredito que essa federação possa acontecer somente em 2025, para as eleições estaduais e federais. É improvável para 2024, mas há uma parceria em nível nacional entre os dois partidos para que haja apoio mútuo em 2024 em alguns locais do País, inclusive nas capitais”, revelou.
O parlamentar completou que tem conversado muito com Carlão e que ambos estão alinhados. “Vamos ver em que ponto nós chegamos. Talvez possamos fechar uma parceria aqui em Campo Grande ou até mesmo no interior do Estado. É importante a gente, nesse momento, procurar parcerias e somar para um projeto melhor para a Capital”, ressaltou.
Pela Lei Federal nº 14.208, sancionada em 28 de setembro de 2021, responsável por regulamentar a criação de federações partidárias no Brasil, dois ou mais partidos políticos podem se reunir em federação, a qual, após sua constituição e respectivo registro no TSE, atuará como se fosse uma única agremiação partidária.
Com o Portal Correio do Estado
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