terça-feira, 7 de junho de 2022

Número de empregos formais cresce 53% em Ribas do Rio Pardo

 


Mato Grosso do Sul tem saldo positivo de 19.068 empregos no primeiro quadrimestre do ano

SÚZAN BENITES



A promessa de abrigar uma das maiores fábricas de celulose do mundo já impacta a economia de Ribas do Rio Pardo. O município, distante 102 quilômetros de Campo Grande, registrou aumento de 53% no estoque de empregos formais em dois anos.  


Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), em abril de 2020, o número de pessoas com carteira assinada na cidade era de 4.978 e passou a 7.618 em abril deste ano.  


O crescimento entre 2020 e 2021 foi de apenas 6,7% no número de postos formais de trabalho. Já de 2021 para 2022 o aumento foi de 43,3%, quando o estoque passou de 5.316 trabalhadores contratados com carteira assinada para 7.618.


O principal motivo para o aumento expressivo das contratações no município é a construção do Projeto Cerrado da Suzano. O prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze (Psol), confirma que a maior parte dos empregos está relacionada à construção da fábrica.


“Boa parte, sim, já que a cidade também passou a ser um canteiro de obras, seja no comércio, seja na prestação de serviços, como hotelaria, por exemplo”, afirmou ao Correio do Estado.


A fábrica de celulose está em fase de construção e tem investimentos projetados em R$ 19,3 bilhões até o seu funcionamento. A cidade sul-mato-grossense escolhida como sede da megaindústria tem apenas 25.310 habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  


Danieze ainda ressalta que a geração de empregos deve ser ainda maior nos próximos anos.  


“Entre dezembro [de 2022] e fevereiro de 2023, teremos 10 mil trabalhadores diretos na construção da fábrica. Teremos [proporcionalmente] o maior crescimento de empregabilidade no Estado”, projeta.


Depois de concluída a obra, a nova fábrica empregará cerca de 3 mil pessoas, entre colaboradores próprios e terceiros. O complexo deverá entrar em operação no segundo semestre de 2024.


EMPRESAS

Outro impacto positivo na cidade foi a abertura de novas empresas, que cresceu quase 200% em um ano. Dados da Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul (Jucems) apontam que em 2020 foram abertas 55 empresas em Ribas do Rio Pardo.


Em 2021, ano em que a construção da fábrica teve início, o número de empresas registradas na Jucems para atuarem em Ribas do Rio Pardo saltou para 164, crescimento de 198% em relação ao número apurado no ano anterior e recorde histórico para o município.  


Das 164 novas empresas, o destaque é para o setor de serviços, que abriu 112 empresas, correspondendo a 68% do total.  


No setor de comércio, foram 41 novas empresas, 25% do total, e no setor da indústria foram mais 11 empresas, representando 7% de todas as empresas constituídas em Ribas do Rio Pardo no ano de 2021.


Além das empresas já consolidadas, há a expectativa de novos empreendimentos. O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, afirma que o crescimento da economia da cidade já era previsto e está sendo monitorado pela gestão estadual.


“Não é só na indústria da Suzano, todo o município está se modificando, há novidades todos os dias na cidade”, disse.


ESTADO

No recorte estadual, os dados do Caged trazem um cenário positivo. Em abril, Mato Grosso do Sul criou 2.586 novas vagas no mercado de trabalho formal, resultado de 29.060 admissões e 26.474 desligamentos.  


Entre os municípios sul-mato-grossenses com melhor saldo de empregos estão Campo Grande (552), Três Lagoas (453), Ribas do Rio Pardo (354), Nova Alvorada do Sul (304), Vicentina (241), Caarapó (230), Costa Rica (116), Ivinhema (111) e Nova Andradina (117).  


No mês, o Brasil gerou 196,9 mil empregos formais.


No acumulado de janeiro a abril, o saldo é de 19.068 novas vagas no mercado de trabalho de Mato Grosso do Sul, diferença entre 124.990 contratações e 105.922 demissões.  


Para o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a geração de empregos é resultado de políticas públicas e do desenvolvimento do Estado.  


“Esses números mostram a transformação de Mato Grosso do Sul e a confiança de quem quer investir aqui. Fizemos o dever de casa, as reformas necessárias, e hoje MS é um estado equilibrado financeiramente, capaz de cumprir obrigações, com o pagamento de salários do funcionalismo em dia e fazendo investimentos”.  


“Quem investe aqui tem segurança jurídica. Temos uma das melhores políticas de incentivos fiscais, abrindo uma janela de oportunidades, gerando empregos, renda e promovendo o desenvolvimento social”, finalizou Azambuja.


SERVIÇOS

Entre os setores, o de serviços foi o responsável por 45,57% das vagas criadas no quadrimestre, ou 8.691 postos de trabalho. Seguido da agropecuária (4.652), da construção civil (2.994), da indústria (2.035) e do comércio (696), conforme os dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.


O mestre em Economia Eugênio Pavão disse que o crescimento foi possível “principalmente pelo retorno de grandes eventos, festas, shows, palestras, aulas presenciais e a cadeia de fornecedores deste setor”.


Conforme publicado na edição do Correio do Estado do dia 3 de junho, o setor de serviços tem sido o responsável pela reação da economia brasileira.  


O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre do ano passado. O resultado foi puxado pelo segmento.  


A economista Adriana Mascarenhas avaliou com otimismo os dados do PIB.  


“O PIB é a soma de toda a riqueza gerada pelo País, então, se a gente tem um setor tão importante como o de prestação de serviços [puxando o índice], isso demonstra o resultado da nossa recuperação econômica. Na minha leitura, isso, com certeza, sinaliza recuperação”.


Com informação do Portal Correio do Estado

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