quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Casos suspeitos da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) não tem relação com consumo de carne bovina

 


A maior incidência da doença ocorre de forma esporádica e tem causa e fonte infecciosas desconhecidas.
Por:  -Aline Merladete

Nesta quinta-feira (11), O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou nota oficial para esclarecer que os casos de doenças neurodegenerativas investigados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conforme noticiado na imprensa, tratam-se de suspeitas da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). Desta forma, os casos suspeitos não têm relação com consumo de carne bovina.



A maior incidência da doença ocorre de forma esporádica e tem causa e fonte infecciosas desconhecidas.


De acordo com informações disponíveis no site do Ministério da Saúde, entre os anos de 2005 e 2014, foram notificados, no Brasil, 603 casos suspeitos de DCJ. Desde que a vigilância da DCJ foi instituída no Brasil, nenhum caso da forma vDCJ foi confirmado. A vDCJ é uma variante da DCJ, associada ao consumo de carne bovina.


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O que é a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)?


De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é uma doença neurodegenerativa, caracterizada por provocar uma desordem cerebral com perda de memória e tremores. É de rápida evolução, e de forma inevitável, leva à morte do paciente. A doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é um tipo de Encefalopatia Espongiforme Transmissível (EET) que acomete os humanos. As EET são chamadas assim por causa do seu poder de transmissibilidade e suas características neuropatológicas que provocam alterações espongiformes no cérebro das pessoas (aspectos esponjosos).


Assim como outras (EET´s), a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é caracterizada por uma alteração espongiforme visualizada ao exame microscópico do cérebro. A causa e transmissão desta doença estão ligadas a uma partícula proteinácea infectante denominada de “PRÍON” (do Inglês Proteinaceous Infections Particles). Os príons são agentes infecciosos de tamanho menor que os dos vírus, formados apenas por proteínas altamente estáveis e resistentes a diversos processos físico-químicos.


Os primeiros casos dessa doença - a forma vDCJ - surgiram no Reino Unido em 1996 e, diferentemente da forma tradicional (DCJ esporádica), acomete, predominantemente, pessoas jovens, abaixo dos 30 anos. Com características clínicas e patológicas diferentes da DCJ, também apresenta um perfil genético particular do gene da proteína priônica.


Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a definição de um caso suspeito da doença se baseia nas análises dos exames, sinais e sintomas e história epidemiológica do paciente. Desta forma, o caso pode ser definido como possível, provável e definitivo, mas a confirmação final só pode ser feita por meio da necropsia com a análise neuropatológica de fragmentos do cérebro.

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