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quarta-feira, 23 de setembro de 2020
Campo Grande agora tem central para atender pessoas com sequelas da Covid-19
Foto:Divulgação
O Centro Especializado em Reabilitação da Apae de Campo Grande (CER/APAE) em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul e a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) foi inaugurado nesta terça-feira (22) o ambulatório de tratamento para reabilitação de pacientes com sequelas do Coronavírus.
De acordo com o secretário de saúde, José Mauro Filho, é necessário um encaminhamento médico para ser atendido no ambulatório. “O paciente precisa passar por uma unidade de saúde e o profissional avalia a necessidade de encaminhamento”.
O secretário explica que no estado os principais danos à saúde de pacientes curados estão relacionadas aos sistemas cardiorrespiratório e neurológico, como os déficits pulmonares. “As sequelas estão relacionadas principalmente aos pulmões, como a fibrose pulmonar, enfisema pulmonar. Há também as sequelas decorrentes da traqueostomia, da parte motora, muscular e do olfato. Além da questão psicológica devido ao tempo de internação”.
O ambulatório é o primeiro com atendimento total pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso do Sul para reabilitação de sequelas cardiorrespiratórias e neurológicas dos infectados pelo COVID-19. De acordo com Apae a unidade será composta por médicos cardiologistas, pediatras, neurologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e fonoaudiólogos.
Os pacientes curados serão acompanhados até 12 meses após a infecção pelo centro de tratamento. A assistência será prestada trimestralmente ou ao manifestarem qualquer sintoma cardiorrespiratório e neurológico.
Principais sequelas
Segundo Alerta Epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS), a infecção pelo coronavírus pode ocasionar sequelas tanto no sistema respiratório e cardiovascular como no psicológico. “A principal sequela nos pacientes que desenvolveram quadro clínico grave de COVID-19 é o desenvolvimento de fibrose pulmonar. Durante a fase aguda da infecção por SARS-CoV-2, o dano pulmonar causa edema, liberação alveolar de células epiteliais e deposição de material hialino nas membranas alveolares”.
De acordo com a OMS, em casos mais graves há sequelas neuropsiquiátricas de longo prazo que causam declínios cognitivos como falta de memória, atenção e velocidade de processamento. Há também as consequências psicológicas decorrentes do isolamento social durante a pandemia. “Todas as faixas etárias correm o risco de sofrer consequências psicológicas devido às medidas de saúde pública implementadas durante a pandemia, que podem vir a sofrer repercussões da doença em sua saúde mental”.
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